Arte escolar e profanação

reflexões sobre branquitude e responsabilidade ética

Palavras-chave: Arte escolar, Profanação, Descolonização

Resumo

O artigo enfrenta a questão: a arte na escola pode oferecer as oportunidades para a superação da branquitude acrítica, colonizada e eurocêntrica, como epistemologia única? Parte da exposição “Histórias Afro-Atlânticas” e de bibliografias que refletem sobre profanação, transgressão, descolonialidade e o escolar. Está organizado em três partes. Na primeira discute os conceitos de branquitude acrítica e crítica e o eurocentrismo. Na segunda discute as potencialidades profanatórias da arte. Na terceira, reflete sobre as possibilidades da arte escolar como convite à profanação e experienciação de formas mais éticas e responsáveis de relação com o outro em um país estruturalmente racista.   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Antonio Picoli, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutor em Educação (PUCRS) e professor do PPGE-UFFS. Colíder do Grupo de Pesquisa em Educação, Violência e Democracia (GRUPEVD). E-mail: bruno.picoli@uffs.edu.br

Renilda Vicenzi, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutora em História (UNISINOS) e professora do PPGE/UFFS. Colíder do Grupo de Pesquisa em Educação, Violência e Democracia (GRUPEVD). E-mail: renilda.vicenzi@uffs.edu.br

Alexssandro Schappo, Universidade Federal da Fronteira Sul

Graduado em Artes e mestrando do PPGE-UFFS. Membro do Grupo de Pesquisa em Educação, Violência e Democracia (GRUPEVD). E-mail: aleschappo@gmail.com

Referências

ABEH. Compromissos éticos da docência em história. Ponta Grossa, PR: Associação Brasileira de Ensino de História, 2022.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Os Perigos de Uma História única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

AGAMBEN, G. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.

ALBINO, Airan. Mostra X problematiza a branquitude e discute o racismo. Blog Nonada. Porto Alegre, 24 de setembro de 2015. Disponível em: https://www.nonada.com.br/2015/09/mostra-x-problematiza-a-branquitude-e-discute-o-racismo/ Acesso em: 14/10/2021.

ARENDT, Hannah. A condição humana. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017a.

ARENDT, Hannah. Sobre a Violência. 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017b.

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 8ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.

BENTO, Maria Aparecida. Branqueamento e Branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray Carone; BENTO, Maria Aparecida Silva (Organizadoras). Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p. (25-58).

BIESTA, Gert. Para além da aprendizagem: Educação democrática para um futuro humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

CANAGARAJAH, Suresh; SAID, Selin Ben. Linguistic Imperialism. In: SIMPSON, J. (Ed.), The Routledge handbook of applied linguistics, pp. 388–400. Abingdon: Routledge, 2011.

CARDOSO, Lourenço da Conceição. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre o pesquisador branco que possui o negro como objeto científico tradicional. A branquitude acadêmica, v. 2. Curitiba: Appris, 2020.

COCOTLE, Brenda Caro. Nós prometemos descolonizar o museu: uma revisão crítica da política museal contemporânea. São Paulo: MASP, 2019.

COTRIN, Ivan. O humanismo negro, sua cultura e o carnaval. Revista Extraprensa, São Paulo, volume 14, número 01, p. 212-230, julho/dezembro de 2020.

DAVIS, Natalie Zemon. Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna. São Paulo: Paz e Terra, 1990.

FROMM, Erich. A sobrevivência da humanidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.

GADIOLI, Monique Ferreira; MÜLLER, Tânia Mara Pedroso. Branquitude e cotidiano escolar. In: CARDOSO, Lourenço; MÜLLER, Tânia Mara. Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. p. 277-292.

HERÁCLITO, Ayrson. MENEZS, Hélio. SCWARCZ, Lília moritz. TOLEDO, Tomás. Exposição Histórias Afro-Atlânticas. MASP, 2018. Disponível em: https://masp.org.br/exposicoes/historias-afro-atlanticas. Acesso em 06/10/2021.

hooks, bell. Ensinando a transgredir: A Educação como Prática da Liberdade. São Paulo: editora Martins Fontes, 2017.

hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios do racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LARROSA, Jorge. Tremores: Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014.

LAROSSA, Jorge. Pedagogia Profana: Danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2019.

LARROSA, Jorge. Impedir que o mundo se desfaça. In: LARROSA, Jorge; RECHIA, Karen; CUBAS, Caroline (orgs). Elogio do professor. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

LARROSA, Jorge. Tremores: Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014.

LEVINAS, Emmanuel. Humanismo do outro homem. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

MASSCHELEIN, Jan. Fazer escola: a voz e a via do professor. In: LARROSA, Jorge; RECHIA, Karen; CUBAS, Caroline (orgs). Elogio do professor. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

MASSCHELEIN, Jan. SIMONS, Maarten. Em Defesa da Escola. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Autêntica, 2021.

MEIRA, Marly Ribeiro. Filosofia da Criação: Reflexões sobre o sentido do sensível. Porto Alegre: Mediação, 2003, 144p.

MIRANDA, Jorge Hilton de Assis. Branquitude invisível – pessoas brancas e a não percepção dos privilégios: verdade ou hipocrisia? In: CARDOSO, Lourenço; MÜLLER, Tânia Mara. Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. p. 53-68.

MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO. Histórias Afro-Atlânticas. São Paulo: MASP, 2018.

NOGUEIRA, Renato. Mulheres e deusas: como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual. Rio de Janeiro: Herper Collins, 2021.

QUIJANO, Aníbal. Ensayos em torno a la colonialidad del poder. Buenos Ayres: Del Signo, 2019.

RIBEIRO, Djamila, Lugar e fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019a.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019b.

RISÉRIO, Antonio. Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo: Sob discurso antirracista, o racismo negro se manifesta por organizações supremacistas. Folha de São Paulo, 15.jan. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/01/racismo-de-negros-contra-brancos-ganha-forca-com-identitarismo.shtml Acesso em 25 jul. 2023.

SIMÕES, Igor Moraes. Todo Cubo branco tem um Quê de Casa Grande: Racialização, Montagem e História da Arte Brasileira. Revista PHILIA: Filosofia, Literatura & Arte, Porto Alegre, volume 3, número 1, p. 314-329, maio de 2021.

VICENZI, Renilda. PICOLI, Bruno Antonio. Escola, ressignificação, descolonização: narrativas de estudantes Kaingang na fronteira Sul do Brasil. Práxis Educativa, v. 17, p. 1-23, 26 jan. 2022.

VINÍCIUS Júnior sofre décimo primeiro episódio de racismo em menos de dois anos; veja lista. Extra Esporte, 22 mai 2023. Disponível em https://extra.globo.com/esporte/noticia/2023/05/vinicius-junior-sofre-decimo-primeiro-episodio-de-racismo-em-menos-de-dois-anos-veja-lista.ghtml Acesso em 25 jul. 2023.

Publicado
15-08-2023
Como Citar
PICOLI, B.; VICENZI, R.; SCHAPPO, A. Arte escolar e profanação. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 42, p. 131-149, 15 ago. 2023.