Os cruzos de uma história afro-brasileira
a Festa de Nossa Senhora do Rosário e a construção da identidade da população negra de Itajaí (SC)
Resumo
Este artigo propõe-se a discutir a Festa de Nossa Senhora do Rosário de Itajaí (SC), com base na construção da identidade da população negra. Com o objetivo de contextualizar os diferentes momentos históricos vividos pela festa, discutimos o porquê da mudança da organização da festa da irmandade de Nossa Senhora do Rosário para o movimento negro. A festa, que teve suas origens no século XIX, segue atualmente como uma atividade central no processo de resistência negra em Santa Catarina. O artigo vale-se da metodologia da história oral, assim como de dados levantados nas fontes primárias salvaguardadas no Arquivo Público de Itajaí.
Downloads
Referências
ALTO-COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA REFUGIADOS (ACNUR). Década afro. ACNUR. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/campanhas-e-advocacy/decada-afro/. Acesso em: 12 outubro. 2022.
ALVES, Jucélia Maria. Catumbi: um aspecto da cultura negra em Santa Catarina. Florianópolis: Editora da UFSC; Secretaria da Cultura e do Esporte de Santa Catarina, 1990.
BELIZÁRIO, Tamara Cardoso. Clube de Preto: cinquenta anos de história do Clube Sebastião Lucas. 2011. Livro-reportagem (Trabalho de Conclusão de Curso) – Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2011.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: Edusp, 1997.
CHAHON, Sérgio. Irmandades. In: VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 316-317.
COSTA, Moacir da (org.). Negros em Itajaí, mais de 150 anos de história: da invisibilidade à visibilidade. Itajaí: Casa Aberta, 2010.
COSTA, Moacir da. (org). Negros em Itajaí, mais de 150 anos de História, da invisibilidade à visibilidade. Itajaí: ed. Casa Aberta, 2010.
FAQUETI, Maristela Vieira. Esquecimento ou apagamento da memória: Festa de Nossa Senhora da Conceição em Camboriú. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de História) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2003.
GIACOMOSSI, Wanessa. Do Cacumbi ao Divino: a inserção do afro na Festa do Divino em Tijucas nos anos de 1994 e 1997. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de História) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2006.
IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO. Ata de refundação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da década de 1930, na Penha. Arquivo do Centro de Documentação e Memória de Itajaí.
LEITE, Ilka Boaventura. Classificações étnicas e as terras de negros no Sul do Brasil. In: O'DWYER, Eliane C. (org.). Terra de Quilombo. Rio de Janeiro: ABAIUFRJ, 1995, p. 111-120.
LUPI, João. Moçambique, moçambiques: itinerário de um povo afro-brasileiro. Santa Maria: Editora da UFSM, 1988.
MALAVOTA Claudia Mortari; CARDOSO, Paulino de Jesus Francisco (org.). Pretos/as do Rosário: a irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (século XIX). Itajaí: Casa Aberta, 2008.
MOURA, Clovis. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1988.
MOVIMENTO NEGRO TIO MARCO. (A) Programação e (B) cartaz da 2.ª Festa de Nossa Senhora do Rosário. Arquivo do Núcleo de Estudos Afronegro: Itajaí, 1993.
MOVIMENTO NEGRO TIO MARCO. Título de utilidade pública da associação Movimento Negro Tio Marco. Arquivo do Núcleo de Estudos Afronegro: Itajaí, 1993.
PEDRO, Joana Maria (org.). Negro em terra de branco: escravidão e preconceito em Santa Catariana no século XIX. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.
PIAZZA, Walter. O escravo em uma economia mini fundiária. Florianópolis: Udesc, 1975.
PNUD: Desenvolvimento Humano para além das médias. Brasília: PNUD/IPEA/FJP, 2017.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório de Desenvolvimento Humano: Brasil 2005: racismo, pobreza e violência. PNUD, 2005.
QUINTÃO, Antônia Aparecida. Lá vem meu parente: as irmandades de pretos e de pardos no Rio de Janeiro e em Pernambuco (século XVIII). São Paulo: Editora Fapesp, 2002.
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociações e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ROSA, Odair Silva da. Entrevista [1991]. Entrevistador: José Bento Rosa da Silva. Itajaí, 1991.
SANTOS, Salete Aparecida dos. Salete Aparecida dos Santos: entrevista [12 jul. 2022]. Entrevistador: Moacir da Costa. Itajaí, 2022.
SEBASTIÃO, Rafael Sizino. O rosto afro da Penha: revelações de uma alma histórica. Grande Reportagem (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2000.
SEVERINO, José Roberto. Itajaí: uma maquiagem possível. Itajaí: Editora Univali, 1998.
SILVA, José Bento Rosa da. Estiva Papa Siri: mãos e pés do Porto de Itajaí. Itajaí: editora do autor, 2004.
SILVA, José Bento Rosa da. Negras memórias. Itajaí: Prefeitura de Itajaí, 1996.
SILVA, Marília Luiza da. Marília Luiza da Silva: entrevista [17 jul. 2022]. Entrevistador: Moacir da Costa. Itajaí. 2022.
SIMAS, Luiz Antônio. Almanaque de brasilidades: um inventário do Brasil popular. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.
THOMPSON, Paul Richard. Voz do passado: história oral. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1998.
TINHORÃO, José Ramos. As festas no Brasil colonial. São Paulo: 34, 2000.
WAISELFISZ, Júlio Jacobo. Mapa da violência 2016: homicídio por armas de fogo. Rio de Janeiro: FLACSO, 2016. Disponível em: https://flacso.org.br/files/2016/08/Mapa2016_armas_web-1.pdf. Acesso em: 5 jul. 2022.
Copyright (c) 2023 Fronteiras: Revista Catarinense de História
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.