CIDADES, GLOBALIZAÇÃO E DETERMINISMO ECONÔMICO
DOI :
https://doi.org/10.36661/2448-1092.2006v3n5.12785Mots-clés :
Globalização, Empresarialismo urbano, Reforma urbana, Movimentos sociaisRésumé
No que se refere às cidades, uma interpretação que se difunde rapidamente pelo mundo é aquela associada ao chamado “empresarialismo urbano”. Os seus adeptos tendem a ver com nítido otimismo a globalização e os seus efeitos sobre as cidades. Argumentam, tipicamente, que o Estado-nação teria se tornado “pequeno demais" em face do grande capita! transnacional, ao passo que, para a promoção ágil do desenvolvimento econômico e do bem-estar dos cidadãos, mostrar-se-la “grande demais”. Para eles, uma cidade deveria funcionar tal qual uma empresa, concorrendo com outras cidades para atrair capitais, cabendo ao Estado o papel de costurar “consensos” e ajudar a criar um bom “ambiente de negócios”. Uma interpretação concorrente, notadamente no Brasil, é a representada pelo ideário da reforma urbana. Aqueles que com esta posição se identificam tendem a assumir uma postura crítica em face da globalização capitalista. Recusam a atração de investimentos a qualquer preço, priorizando a meta da redução de desigualdades. Mesmo quando admitem um certo encolhimento da margem de manobra do Estado, rejeitam qualquer determinismo, e tampouco concordam com a idéia de que o Estado local deveria concentrar-se em “criar um clima de negócios favorável”. Reconhecer a relevância e algum tipo de papel positivo para o Estado, em matéria de políticas públicas, entretanto, não pressupõe que o papel da sociedade civil deva ser circunscrito a esquemas participativos tutelados pelo Estado. Acentuar isso, seja direta ou indiretamente, parece ser justamente a contribuição de certos movimentos sociais da atualidade para uma renovação do ideário da reforma urbana — urgentemente necessária em face da marcha avassaladora do “empresarialismo urbano”.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
CIDADES est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International License. La revue n'encouragera aucune forme de rémunération des droits d'auteur et les auteurs, lorsqu'ils soumettent leurs textes, confirment qu'ils sont conscients de leur divulgation en accès libre. De même, CIDADES ne facturera aucun frais de publication ou de révision aux auteurs. Les auteur.e.s sont les titulaires des droits d'auteur des textes publiés dans la revue.








