A PLASTICIDADE DA METRÓPOLE DE SÃO PAULO

REPRODUÇÃO DO ESPAÇO, FINANCEIRIZAÇÃO E PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA

Palavras-chave: Metrópole, Reprodução do espaço, Financeirização, Remoções, Segregação

Resumo

O presente artigo parte do pressuposto de que os processos extremos na constituição da cidade estão relacionados ao aprofundamento da crise capitalista das últimas décadas e da necessidade de tornar plástica a materialidade que expressa a cidade, de modo que se possa garantir a produção e/ou circulação e valorização do capital, através da transformação do uso e do sentido dos lugares. Esta transformação pressupõe, ou a desvalorização de parcelas da metrópole, ou a negação da vida existente, do uso e do espaço produzido nas diferente faces da periferia. Desse modo, o uso da metrópole, até mesmo a partir de sua condição mais elementar, que é o habitar, está exposto à violência da lógica da produção de espaços produtivos, resultando na expulsão de milhares de habitantes, especialmente os mais pobres, para áreas cada vez mais distantes das centralidades de equipamentos, serviços públicos e comércio.

Biografia do Autor

Isabel Aparecida Pinto Alvarez, Universidade de São Paulo - USP

Professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Membro do grupo de pesquisa GESP - Grupo de Geografia Urbana Crítica Radical e do NAPUrb –Mundialização e Urbanização. Em suas pesquisas destacam-se as discussões sobre financeirização do espaço, segregação, planejamento urbano e lutas urbanas. Recentemente organizou o livro “A cidade como negócio” publicado pela editora Contexto.

Publicado
12-01-2021