Affirmative Actions, denialism, and ideological indoctrination

the political and ethical consequences of written and taught historiography

Authors

DOI:

https://doi.org/10.36661/2238-9717.2023n41.13222

Keywords:

Denialism, Affirmative Actions, historiography, History Teaching

Abstract

This article analyzes the arguments and discursive strategies mobilized by historians who have positioned themselves against affirmative actions in a public way, showing that they are structured on the following bases: recurrent use of denialism (denying, minimizing and falsifying knowledge consensual by academic historiography), effort to identify these denialisms as scientific knowledge devoid of ideological commitment, and disqualification of opposing positions through accusations of ideological indoctrination. By defending the hypothesis that denialism and accusations of ideological indoctrination are also current practices among academic historians, this text also discusses the political consequences and the place of ethics in historical teaching and research.

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Author Biography

  • Juliana Teixeira Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Doutora em História Social pela UNICAMP. Professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA)

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Published

24-01-2023

How to Cite

TEIXEIRA SOUZA, Juliana. Affirmative Actions, denialism, and ideological indoctrination: the political and ethical consequences of written and taught historiography. Fronteiras: Revista Catarinense de História, Brasil, n. 41, p. 69–96, 2023. DOI: 10.36661/2238-9717.2023n41.13222. Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/FRCH/article/view/13222. Acesso em: 3 may. 2025.