Narrativas sobre a morte do vereador Marcelino Chiarello, um ativista de Direitos Humanos

Palavras-chave: Chapecó, Caso Chiarello, Disputas políticas, Direitos Humanos

Resumo

O presente artigo destaca os enredos que constituem a disputa de narrativas surgidas sobre a polêmica morte do vereador de Chapecó-SC, Marcelino Chiarello, ocorrida em 2011. Contextualiza o personagem, em especial a partir da sua formação sociopolítica, tecida no âmbito da Teologia da Libertação, vertente da Igreja Católica. Nesse cenário, caracteriza Chiarello como um líder radical, no sentido de “ir à raiz dos problemas”, um ativista de causas sociais e de Direitos Humanos. Quando exercia seu segundo mandato político, foi encontrado enforcado em sua própria residência, em 28 de novembro de 2011, fato que passou a gerar grandes controvérsias ligadas à tese de homicídio e/ou de suicídio. Nesse sentido, o texto apresenta a narrativa de homicídio, sustentada na linha de investigação inicialmente adotada pela Polícia Civil, com base no laudo de legista do IML. Essa tese foi contraposta com a de suicídio, baseada em um laudo do Instituto Geral de Perícias e, posteriormente, em outro laudo, produzido pela Polícia Federal. Por sua vez, outro laudo produzido por equipe de Medicina Legal da Universidade de São Paulo defendeu e retomou a tese de homicídio. O artigo foi produzido com base em matérias da imprensa, discursos do legislativo chapecoense, entrevistas e publicações acadêmicas sobre o fato.

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Biografia do Autor

José Carlos Radin, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Chapecó

Doutor em História (UFSC), Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, Campus Chapecó.

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Publicado
24-01-2023
Como Citar
CAPITANIO, C.; RADIN, J. Narrativas sobre a morte do vereador Marcelino Chiarello, um ativista de Direitos Humanos. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 41, p. 147-168, 24 jan. 2023.