Interfaces entre História Ambiental e Agroecologia para o Ensino de História no Antropoceno
Resumo
O presente trabalho estabelece articulações entre, inicialmente, o papel da História Ambiental no Ensino de História e, posteriormente, o uso dos pressupostos agroecológicos como ferramenta para este fim. No primeiro momento, discute-se as demandas para um Ensino de História na era do Antropoceno, depois, elenca-se a necessária articulação dos fundamentos conceituais da História Ambiental com o Ensino de História, por fim destacamos a importância dos princípios da Agroecologia para estruturar uma abordagem sistêmica no Ensino de História através da teoria da História. O trabalho tem como objetivo conjugar no Ensino de História as contribuições que a História Ambiental trouxe para o campo da História, desafiando o olhar dos professores e professoras de História para a agência não humana, para compreender problemas socioambientais contemporâneos, para as consequências locais das dinâmicas de apropriação dos ditos “recursos naturais” e para os limites e arranjos produtivos de cada ambiente. Agroecologia é usada como ferramenta pois ao analisar os complexos processos econômicos e agrossistêmicos, em resposta a atual crise ambiental.
Downloads
Referências
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2009.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.
CAPORAL, Francisco R. Poderá a Agroecologia responder aos cinco axiomas da sustentabilidade? Revista Brasileira de Agroecologia, v.11, n.4, p. 390-402, 2016.
CARVALHO, Ely Bergo de; COSTA, Jamerson de Sousa. Ensino de história e meio ambiente: uma difícil aproximação. História & Ensino, v. 2, p. 49-71, 2016.
CEZAR, Temistocles. O sentido de ensinar história nos regimes antigo e moderno de historicidade. In: MAGALHÃES, Marcelo et al (orgs.). Ensino de história: usos do passado, memória e mídia. Rio de Janeiro: FGV, 2014, p. 15-32.
CRUTZEN, Paul .J.; STEFFEN, Will. How long have we been in the Anthropocene era? Climatic Change, n. 61, p. 251-257, 2003.
GERHARDT, M.; NODARI, E. S. Aproximações entre história ambiental, ensino de história e educação ambiental. In: BARROSO, V. L. M.; PEREIRA, N. M.; BERGAMASCHI, M. A.; GEDOZ, S. T.; PADRÓS, E. A. (Org.). Ensino de história: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST; EXCLAMAÇÃO; ANPUHRS, 2010. p. 57-72.
GLIESSMAN, Stephen. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Editora da Universidade – UFRGS, 2000.
GUIMARÃES, Selva. (Org.) Ensino de História e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 2016.
GUIMARÃES, Selva. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas: Papirus, 2012.
GUTIÉRREZ, Luis A. L. Agroecologia: um novo paradigma para o campo e para a cidade. In:_ PIATTI, C. B.; OLIVEIRA, J. R. R. de. Educação do Campo em Mato Grosso do Sul: ampliando a construção da identidade das escolas do campo. Campo Grande: Ed. UFMS, 2021. p. 138-153.
HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do Tempo. Estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUCRio, 2006.
LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. Educar, Curitiba, p. 131 – 150, 2006.
LEINFELDER, Reinhold. Assuming Responsibility for the Anthropocene: challenges and opportunities in education. In: TRISCHLER, H. Anthropocene: Envisioning the Future of the Age of Humans. RCC Perspectives, Munich, n. 3, p. 9-28, 2013.
LOPES, Alfredo. R. S., & VIANA JUNIOR, Mario M. O Antropoceno como Regime de Historicidade. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 12(23), p. 9–24, 2020.
MARKS, R. The (modern) World since 1500. In: MCNEILL, John Robert; MAULDIN, Stewart. A companion to Global Environmental History. Nova York, Londres: Wiley- Blackwell, 2012, p. 57-78.
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas: Editora Unicamp, 2016.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: UNESP. Brasília: NEAD, 2010.
MCNEILL, J. R. Something New Under the Sun: an environmental history of the twentieth-century world. New York: W. W. Norton & Co., 2003.
MENDES, Caroline C.; ROSSI, Esther M. Z. Representações de natureza e História Local: a incorporação da linguagem audiovisual no ensino de História. In: Cristiani Bereta da Silva; Luciana Rossato; Andréa Ferreira Delgado; Claricia Otto. (Org.). Experiências de Ensino de História no Estágio Supervisionado. Florianópolis: UDESC, 2010, v. 1, p. 309-330.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Trad.: Eloá Jacobina. 7a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
PADUA, José A. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, 2010.
RUSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão In: _ SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPR, 2011. 23-40.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora UNB, 2001.
SCHMIDT, Maria. A.; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.
WORSTER, Donald. Para fazer História Ambiental. Estudos Históricos, v. 4, n. 8, p. 198‐215, 1991.