Por que as infâncias?

Uma homenagem à Esmeralda Blanco Moura e os(as) “Caçadores(as)” de Histórias

Palavras-chave: Infâncias, Juventudes, Historiografia

Resumo

Este artigo objetiva produzir uma reflexão sobre a trajetória do Grupo de Trabalho História das Infâncias e Juventudes, pertencente à Associação Nacional de História – ANPUH Brasil, a partir da homenagem póstuma a uma das suas fundadoras, a historiadora Esmeralda Blanco Moura, que faleceu em 2020. A partir do argumento de que o Grupo de Trabalho vem contribuindo com a construção do campo historiográfico das infâncias e juventudes, pretende-se colocar em tela as mobilizações e articulações dos(as) profissionais da História em torno da socialização das produções científicas nos simpósios nacionais de História promovidos pela Anpuh Brasil. Por meio dos Anais eletrônicos, atas e relatórios, buscou-se analisar o processo de implantação e manutenção do Grupo de Trabalho e suas conexões com a atuação da referida historiadora. A obra de Eduardo Galeano, O Caçador de Histórias, será fio condutor/inspirador na organização das diferentes partes que compõem este artigo. Este artigo-homenagem não pretende esgotar ou contemplar todos os aspectos da trajetória da historiadora Esmeralda Moura, nem tampouco do Grupo de Trabalho História das Infâncias e Juventudes, mas pretende lançar luzes para o debate acerca da produção de um campo de pesquisa e os desafios políticos e éticos, teóricos e metodológicos para se produzir a história das crianças e suas diversas infâncias, dos jovens e suas diferentes juventudes.

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Publicado
29-12-2021
Como Citar
MIRANDA, H. Por que as infâncias?. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 38, p. 18-34, 29 dez. 2021.