Do direito a ser criança

educação infantil participativa como prática de liberdade

Palavras-chave: Direitos, Educação Infantil, Liberdade

Resumo

O presente trabalho visa analisar como a infância é produzida a partir de uma lógica escolar disciplinar, para torná-la útil, dócil e obediente. No entanto, as crianças conseguem negociar diante desse poder, com a possibilidade de tornarem-se protagonistas dos seus próprios direitos. Acionaremos Ariès (2014), Bujes (2010), Corazza (1998, 2002), Foucault (1971, 1979, 2010), Postman (2011), e outros/as autores/as cujas contribuições foram fundamentais para o debate deste trabalho. O método utilizado foi a etnografia pós-moderna (CLIFFORD, 2016), que permitiu uma escrita sensível sobre os espaços, tempos e sujeitos que contribuíram para a pesquisa. Como resultado, defendemos que a educação enquanto direito, voltada para a cidadania e a democracia, deve necessariamente trabalhar questões como diálogo, escuta sensível, fala ativa, criatividade, expressão, movimento e tantos outros aspectos que permitam a livre manifestação infantil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AQUINO, Julio Groppa. Da autoridade pedagógica à amizade intelectual: uma plataforma para o éthos docente. São Paulo: Cortez, 2014.

ARIÈS. Philippe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. 2.ed. [Reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

BRASIL, Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf

BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Infância e Risco. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 35, n.3, p. 157-174, set./dez., 2010.

CLIFFORD, James. Introdução: Verdades Parciais. A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Tradução Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Ed. UERJ/Papéis Selvagens Edições, 2016.

CORAZZA, Sandra Mara. História da infantilidade: a - vida - a - morte e mais-valia de uma infância sem fim. 1998. 619f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998.

CORAZZA, Sandra Mara. Infância e Educação – Era uma vez – quer que eu conte outra vez? Petrópolis: Vozes, 2002.

CURY, Carlos Roberto Jamil. A gestão democrática na escola e o direito à educação. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação - Periódico científico editado pela ANPAE, Brasília, v. 23, n. 3, p. 483-495, set./dez., 2007.

FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua portuguesa. 3a ed.. Curitiba: Positivo, 2004.

FERRARI, Anderson; DINALI, Wescley. Herança moderna disciplinar e controle dos corpos: quando a escola se parece com uma gaiola. Educ. rev.[online], v. 28, n. 2, p. 393-422, 2012.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 38. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. Tradução de Edmundo Cordeiro e António Bento. L’Ordre du discours, Leçon inaugurale ao Collège de France prononcée le 2 décembre 1970, Éditions Gallimard, Paris, 1971.

GOMES, Jones da Silva. Cidade da arte: uma poética da resistência nas margens de Abaetetuba. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Pará: 2013.

HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz T. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 12ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.

LOURO, Guacira Lopes. O Corpo educado: pedagogias da sexualidade. Tradução dos artigos: Tomaz Tadeu da Silva. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

OLIVEIRA, Eduardo Alexandre Santos de. As escolas e o dispositivo de infantilidade. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 17, n. 195, p. 58-69, agosto, 2017.

RODRIGUES, Walace. Educação infantil e vulnerabilidade social: infância pobre e sem educação formal. Revista Didática Sistêmica, Rio Grande, v. 18, n. 2, p. 30-42, agosto, 2016.

TOMÁS, Catarina. “Participação não tem Idade” Participação das crianças e cidadania da infância. Revista Contexto & Educação, Ijuí, v. 22, n. 78, p. 45-68, maio, 2013.

Publicado
29-12-2021
Como Citar
DÁCIO, I.; RIBEIRO, J. Do direito a ser criança. Fronteiras: Revista Catarinense de História, n. 38, p. 259-273, 29 dez. 2021.