Os desafios do tempo presente e a colonialidade da natureza
intersecções para pensar novas sociabilidades
Resumo
Este artigo intenciona introduzir e aprofundar discussões sobre a colonialidade e seus aspectos inseparáveis, demonstrando as sobreposições das opressões da Matriz Colonial do Poder a partir da análise de linguagens e hábitos recorrentes e naturalizados em nossa sociedade. Tal intenção dialoga com as demandas postas pelo presente, no que diz respeito especialmente às mudanças climáticas, pandemias, violências de gênero, soberania alimentar, racismo ambiental e direitos da natureza. Serão analisadas fontes jornalísticas e publicitárias de cunhos distintos, a fim de demonstrar a complexidade da intersecção entre sexismo, racismo e especismo, utilizando dos conceitos do pensamento decolonial e do ecofeminismo, e portanto propondo uma alternativa que intenciona superar os problemas verificados através da educação, sensibilizando para a alteridade e despertando uma ética de cuidado.
Downloads
Referências
ACOSTA, Alberto. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo, Autonomia Literária, Elefante, 2016.
ADAMS, Carol J. A política Sexual da Carne: A relação entre o carnivorismo e a dominância masculina. 1. ed. bras. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012.
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. Coleção Feminismos Plurais, Pólen Livros, São Paulo, 2019. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/1154/o/Interseccionalidade_%28Feminismos_Plurais%29_-_Carla_Akotirene.pdf?1599239359. Acesso em 24 de outubro de 2020.
CASTRO, Susana de. Condescendência: estratégia pater-colonial de poder. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento Feminista Hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 1ª reimpressão, 2020.
CRENSHAW, Kimberlé W. A Intersecionalidade na Discriminação de Raça e Gênero. Cruzamento: raça e gênero. Brasília, Unifem, 2004. Disponível em: http://www.ufpb.br/evento/index.php/18redor/18redor/paper/viewFile/2041/781. Acesso em 24 de outubro de 2020.
CURIEL, Ochy. Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento Feminista Hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 1ª reimpressão, 2020.
KHEEL, Marti. A contribuição do ecofeminismo para a ética animal. In: ROSENDO, Daniela (org.). Ecofeminismos: fundamentos teóricos e práxis interseccionais. Editora Ape’Ku, Rio de Janeiro, 2019.
KLANOVICZ, Jó. O antropoceno e outras novas periodizações para uma História Ambiental do Tempo Presente. In: ELÍBIO, Antônio. Et al. (org.). Tempo Presente: uma história em debate. 1ª ed. Rio de Janeiro: Autografia. 2019.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. 1ª ed, São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
LLORED, Patrick. Carnofalogocentrismo. Revista Diversitas, ano 4, n. 5 (out2015/mar2016) FFLCH, USP, São Paulo. Disponível em: http://diversitas.fflch.usp.br/sites/diversitas.fflch.usp.br/files/inline-files/revista_diversitas_5_1.pdf. Acesso em 24 de outubro de 2020.
LUGONES, María. Colonialidade e gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. (org.) Pensamento Feminista Hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 1ª reimpressão, 2020.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014. P. 935-952.
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Portugal, 2014.
MIES, Maria. Origens sociais da divisão sexual do trabalho. A busca pelas origens sob uma perspectiva feminista. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, vol. 07, N.15, 2016, p. 838-873. Tradução de Marianna Borges Soares.
MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF - Dossiê: Literatura, língua e identidade, nº 34, p. 287-324, 2008. Disponível em: http://professor.ufop.br/sites/default/files/tatiana/files/desobediencia_epistemica_mignolo.pdf Acesso em 24 de outubro de 2020.
MIGNOLO, Walter. Colonialidade. O lado mais escuro da Modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 32, n. 94, junho 2017, p. 1-17.
MESSEDER, Suely Aldir. A pesquisadora encarnada: uma trajetória decolonial na construção do saber científico blasfêmico. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento Feminista Hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 1ª reimpressão, 2020.
NIELSSON, Joice G.; WERMUTH, Maiquel A. D. A "Carne Mais Barata do Mercado": uma análise biopolítica da "cultura do estupro" no Brasil. Revista da Faculdade de Direito da UERJ, Rio de Janeiro, nº 34. Dezembro de 2018. P. 171 - 200. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rfduerj/article/view/26835. Acesso em 24 de outubro de 2020.
PULEO, Alicia. Ecofeminismo: una alternativa a la globalización androantropocéntrica. In: ROSENDO, Daniela (org.). Ecofeminismos: fundamentos teóricos e práxis interseccionais. Editora Ape’Ku, Rio de Janeiro, 2019.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, 11-20, 1992. Disponível em: https://www.lavaca.org/wp-content/uploads/2016/04/quijano.pdf. Acesso em 24 de outubro de 2020.
SEGATO, Rita. Contra-pedagogías de la crueldad. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2018.
SOARES, Elza. A carne. Maianga Discos, CD, 2002.
Copyright (c) 2020 Fronteiras: Revista Catarinense de História
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.