O DIREITO À CIDADE E A CONSTRUÇÃO DA METAGEOGRAFIA

Résumé

O texto foi desenvolvido a partir da seguinte tese: no momento atual, a produção da cidade aparece e é vivida pelos cidadãos enquanto exterioridade, fato revelado pela prática urbana fragmentada, pelo desenvolvimento da propriedade privada que se realiza contra a apropriação, pela normatização do poder político, pelas necessidades de reprodução continuada do ciclo do capital – todos como negação da vida urbana. A reprodução do espaço urbano revela que a urbanização do século XXI se realiza pela extensão e aprofundamento da contradição entre a produção social do espaço e sua apropriação privada. Essa situação atualiza a alienação no mundo moderno, ao mesmo tempo que sinaliza a superação dessa alienação através da luta em torno do direito à cidade. O direito à cidade, como categoria de análise, coloca no centro do debate o devir e permite construir um diálogo com as propostas de “gestão da cidade”, ao mesmo tempo que funda a construção de uma outra possibilidade, nascida na vida cotidiana. No plano teórico, a construção da metageografia aparece como momento de crítica necessário ao enfrentamento da crise teórica e prática da cidade. As idéias apresentadas realizam três movimentos: (1) a produção da cidade enquanto exterioridade; (2) da geografia à metageografia; (3) o direito à cidade.