A "QUINTA COLUNA" DA CIDADE HETERÔNOMA
UMA REFLEXÃO EM TORNO DAS CONQUISTAS E DOS LIMITES DAS PRÁTICAS ESPACIAIS DE UMA PARCELA DO MOVIMENTO DOS SEM-TETO NO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.36661/2448-1092.2012v9n15.12203Palavras-chave:
Heteronomia, Cidade, Movimento dos sem-teto, Autogestão, Rio de JaneiroResumo
As ocupações do movimento dos sem-teto Chiquinha Gonzaga (2004), Zumbi dos Palmares (2005-2011) e Quilombo das Guerreiras (2006), localizadas no Centro do Rio de Janeiro, podem ser consideradas como pequenos enclaves onde se exercitam práticas espaciais substancialmente distintas das práticas hegemônicas de uma metrópole estruturalmente heterônoma como a fluminense. Deste fato derivam tensões que, se analisadas cuidadosamente, ajudam-nos a elucidar o problema de como são possíveis “ganhos de autonomia” em uma cidade basicamente heterônoma, por meio de uma ação botton up (isto é, “de baixo para cima”) dos citadinos. Alguns exemplos dessa tensão são as melhoras nas condições econômicas consequentes à vida nas ocupações e as dificuldades que restringem a constituição de cooperativas autogeridas; as pressões impostas pelo assédio da violência criminal e policial, além da ambivalência das representações sócio-espaciais que eles formulam sobre os espaços urbanos e os demais citadinos. O objetivo do nosso artigo é, para além de descrever essas tensões, tentar compreender as razões de suas dificuldades, bem como o “fundamento” das soluções que os participantes dessa fração do movimento dos sem-teto têm encontrado.
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