Animais do espaço fronteiriço: outros sujeitos possíveis para pensar o tema do cotidiano em um contexto de fronteira (Fronteira Oeste/RS, segunda metade do século XIX)
DOI:
https://doi.org/10.36661/2238-9717.2025n46.15105Palavras-chave:
Cotidiano, Animais, FronteiraResumo
Esta pesquisa explora a dinâmica sociocultural e econômica do cotidiano rural na fronteira oeste do Rio Grande do Sul entre 1851 e 1881, com foco nas cidades de Alegrete, São Borja e Uruguaiana, com especial atenção à importância dos animais domésticos no cotidiano e suas correlações com elementos da cultura material. Situada no contexto da consolidação das fronteiras do Império brasileiro, a região caracterizou-se por uma economia baseada na pecuária, mas também por atividades comerciais emergentes, produção de alimentos e serviços, configurando um espaço de interseção entre o rural e a fronteira. A pesquisa combina uma abordagem quantitativa - por meio da análise de 150 inventários post-mortem - com uma investigação qualitativa de inspiração micro-histórica. Os resultados mostram a presença de diferentes sujeitos e experiências cotidianas que também incluíram a existência e a participação dos animais na formulação do cotidiano rural e fronteiriço - na transformação do espaço e das relações sociais, atuando como mediadores entre os sujeitos e o ambiente, e o potencial desse tipo de tema de pesquisa no campo da História.
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Referências
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