Interfaces entre o ensino de ciências e a sociologia ambiental na formação de educadores do campo
Resumo
Os debates sobre práticas de ensino e aprendizagem em ciências têm sido direcionados, fundamentalmente, na formação de professores para a área de ciências da natureza. Mas, ao considerar a singularidade da formação de professores para a educação do/no campo, é fulcral ampliar os horizontes desse debate compreendendo que as dimensões da ciência envolvem os sujeitos, seus territórios e as múltiplas interações que ali ocorrem. Nessa perspectiva, o presente trabalho discute a situação atual das políticas públicas acessadas pelas famílias assentadas da reforma agrária, bem como indígenas, a organização e gestão da produção de alimentos nesses espaços do estado de Mato Grosso do Sul e a vinculação desses fatores com a educação do campo. A pesquisa ocorreu em dois momentos distintos, porém conectados, relacionados com a própria organização do curso de Licenciatura em Educação do Campo. No tempo universidade foram adotadas como estratégias metodológicas: oficinas de diálogos sobre a dinâmica socioambiental das reservas indígenas e assentamentos alvo da pesquisa, e a utilização de questionário online na Plataforma Google forms, aplicado em tempo real. No tempo comunidade, utilizou-se de Pesquisa/Intervenção na comunidade através de entrevistas realizadas pelos estudantes com os assentados, representantes indígenas e lideranças de associações produtivas. Através da realização da pesquisa foi possível vislumbrar a importância de incluir as dimensões socioambientais e produtivas às práticas de ensino na formação de professores, bem como nas escolas de educação básica, visto que ensinar é, antes de tudo, ter a capacidade de relacionar as práticas de vida dos educandos ao processo de aprendizagem.
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Copyright (c) 2020 Andréia Sangalli, Jeanne Mariel Brito de Moura Maciel
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