Indiferença e deserção da subjetividade na perspectiva de Catherine Malabou
DOI:
https://doi.org/10.36661/1983-4012.2025v18n1.14967Palavras-chave:
afetividade, trauma, indiferença , deserção da subjetividadeResumo
Neste artigo, exploramos a contribuição de Catherine Malabou (1956-) à desconstrução da subjetividade da metafísica tradicional, operada por suas teses sobre a constituição da subjetividade psíquica e sobre a desconstituição da identidade resultante do trauma. Nesse sentido, são abordados os papéis do cérebro, da homeostase e, sobretudo, dos afetos na formação da subjetividade psíquica, sendo esta a emergência, à consciência e à autoconsciência, de processos de autorregulação fisiológica e de autoformação plástica. Os afetos são movimentos desses processos e, enquanto tais, conexões do sujeito com a vida e com o que importa, de tal forma que estruturam os atos psíquicos “superiores”, como a linguagem, a cognição, a decisão. A subjetividade afetiva e neural é muito mais frágil e vulnerável, à medida que é, ontologicamente, exposta ao acidente. Considerando isso, o trauma é um choque violento nos processos afetivos, de tal forma que perturba a capacidade humana de sentir esses afetos, causando um estado de desafecção ou indiferença e desencadeando uma plasticidade destrutiva, de aniquilação de identidade e dos processos de receber e dar formas a si. Isso constitui uma deserção da subjetividade, o que é prenhe de implicações políticas.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Intuitio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.



