Por uma reabilitação ontológica do sensível em Maurice Merleau-Ponty
DOI:
https://doi.org/10.36661/1983-4012.2024v17n2.14605Palavras-chave:
Passividade, Ontologia, Pintura, Maurice Merleau - PontyResumo
O presente artigo tem por escopo refletir sobre o projeto de uma reabilitação ontológica do sensível em Maurice Merleau-Ponty (1908-1961). Sua filosofia almeja reabilitar o Ser no sensível, aprendendo com o universo da pintura a ver além do visível – seu entre –, ensinando-nos que o Ser se desvela em partes, nunca na totalidade. Isto faz da vida e da criação uma única aventura: reaprender a ver o mundo. Aventura que requer nosso envolvimento contínuo, pois o mundo é inacabado e está por se fazer. Diante disso, veremos como, para o pensador francês, a criação – tanto o ato criativo do artista quanto a retomada da obra pelo espectador – permite refletir sobre nossa participação no mundo da vida, mostrando que somos atravessados por uma passividade fundamental. De acordo com ele, esta passividade não é oposta a atividade. Atividade e passividade são partes de um mesmo fenômeno. Para o nosso estudo, investigaremos os escritos do filósofo em que trata desse tema, especialmente no texto inacabado O invisível e o invisível.