Estabelecimentos comerciais e resíduos de medicamento e em desuso no município de Soledade-RS: Uma abordagem ambiental
DOI:
https://doi.org/10.36661/2596-142X.2025v7n1.15146Palavras-chave:
Descarte de medicamentos, Impactos ambientais, Resíduos de serviço de saúdeResumo
O descarte inadequado de resíduos de medicamento e em desuso se configura como um problema ambiental e de saúde pública e por tanto, o seu gerenciamento adequado contribui para manutenção da qualidade ambiental. Este trabalho buscou realizar uma análise sob a ótica ambiental acerca dos resíduos de medicamentos e em desuso no município de Soledade-RS e as práticas adotadas pelos pontos comerciais, para o seu gerenciamento. O método utilizado incluiu a aplicação de um questionário, com 10 questões (abertas e fechadas) em 16 estabelecimentos comerciais, localizados no município. Os estabelecimentos foram caracterizados e classificados conforme tipo e o número de atendimentos diários. Foram incluídas 4 farmácias comerciais, das quais três estão localizadas no Bairro Centro e são enquadras como Grande Porte e uma no Bairro Fontes, enquadrada como de Médio Porte; 2 farmácias de manipulação, localizadas no Centro, sendo uma de Pequeno Porte e outra de Médio Porte; e 10 drogarias, uma localizada no Bairro Botucaraí, sendo considerada de Pequeno Porte enquanto as outras nove, estão localizadas no Bairro Centro, das quais, três consideradas de Pequeno Porte, duas de Médio Porte e três de Grande Porte. O município de Soledade, não tem obrigatoriedade legal para disponibilização de pontos fixos de coleta para os resíduos de medicamentos, no entanto, 12 locais (75%) afirmam disponibilizar estes coletores. A falta de informação no ato da compra pode influenciar o destino dado aos resíduos de medicamento, e 40% dos estabelecimentos, não está prestando este tipo de informação.
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