O PAPEL DO DENTIFRÍCIO SEM FLÚOR NA OCORRÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA ENTRE PACIENTES COM DEFICIÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO ATÉ OS SEIS ANOS DE IDADE

  • Lia Silva de Castilho Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Marcela Alkimin Filogônio Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Ênio Lacerda Vilaça Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Vera Lúcia Silva Resende Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Palavras-chave: Assistência odontológica para pessoas com deficiências, , Odontologia, Fluoretos, Dentifrícios

Resumo

Resumo: O objetivo deste estudo foi investigar se a cárie dentária está associada ao uso de dentifrício sem flúor entre crianças com deficiências do desenvolvimento atendidas por um projeto de extensão realizado pela Faculdade de Odontologia da UFMG em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi realizada uma análise de dados secundários provenientes do banco de dados do projeto, de janeiro de 1998 até dezembro de 2014. Os dados foram analisados descritivamente através de cálculos de percentuais e por análise bivariada (qui-quadrado) estratificada por faixa etária, sexo e escolaridade materna, pelo programa Epi Info 7. Foi analisado um total de 107 prontuários odontológicos. No geral, os indivíduos que não usavam dentifrício fluoretado apresentaram uma chance 5,97 vezes maior (IC: 1,75-20,35) de apresentarem a cárie dentária (P=0,001). Até um ano, o risco de se ter a doença  foi 5,97 vezes maior (IC:1,75-10,35) no grupo que não usava pasta com flúor (P=0,039).  Na faixa etária de 2 a 3 anos, o risco de se apresentar a cárie dentária foi 6,75 vezes maior (IC:1,21-17,62) no grupo de indivíduos que usavam creme dental sem flúor (P=0,029). De 4 a 6 anos o risco foi 5,97 vezes maior (IC:1,75-10,35) (P=0,018). Entre meninos, existe uma chance 7,42 vezes maior (IC:1,63-33,69) de se apresentar lesões de cárie. Este efeito não é observado no sexo feminino (P=0,08), e também não é relacionado com a escolaridade materna  (P=0,08).  Conclui-se que o uso de dentifrícios sem fluoretos esteve associado à cárie dentária entre indivíduos com deficiências de desenvolvimento até os seis anos de idade.

Palavras-chave: Dentifrícios, Fluoretos, Cárie Dentária, Fluorose, Paralisia Cerebral.

 

The role of non-fluoridated toothpaste in the occurrence of dental cavities among patients with developmental disabilities up to six years old

Abstract: The objective of this study was to investigate if cavities are associated with the use of non-fluoridated toothpaste in children with developmental disabilities treated in an extension project at the Faculty of Dentistry of the Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil). We analyzed secondary data from the database of the project, from January 1998 to December 2014. The data was analyzed by percentage calculations and bivariate analysis (chi-square) stratified by age, gender and maternal education, by using the Epi Info 7 software. A total of 107 dental records were analyzed. In a general view, individuals who did not use fluoridated toothpaste were 5.97 times more (IC: 1.75-20.35) likely to develop dental cavities (P=0.001). In children up to 1 year old, the risk of having cavities was 5.97 times higher (CI: 1.75-10.35) than in the group that did not use fluoridated toothpaste (P=0.039). In the 2-3 years old group the risk of presenting dental cavities was 6.75 times higher (1.21-17.62) than the group of individuals who used non-fluoridated toothpaste (P=0.029). In the 4 to 6 years old group, the risk was 5.97 times higher (CI: 1.75-10.35) (P=0.018). Among boys, that risk was 7.42 (CI:1.63-33.69) higher without the use of fluoridated toothpaste (P=0.004). This effect was neither observed in girls (P=0.08) nor it was associated with maternal education level (P=0.08). We concluded that the use of non-fluoridated toothpaste was associated with dental cavities among individuals with developmental disabilities under six years old.

Keywords: Dentifrices, Fluorides, Dental cavities, Dental Fluorosis, Developmental disabilities, Cerebral Palsy.

 

La pasta dental sin flúor en la ocurrencia de la caries dental en pacientes con trastornos del desarrollo hasta la edad de seis años

Resumen: El objetivo de este estudio fue investigar si las caries dentales se asocian con dentífrico sin flúor en los niños con trastornos del desarrollo que reciben servicios del proyecto de extensión de la Faculdad de de Odontología de la Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil). Se realizó un análisis de datos secundarios de la base de datos del proyecto desde enero de 1998 hasta diciembre de 2014. Los datos fueron analizados de manera descriptiva para los cálculos de porcentajes y análisis bivariante (chi-cuadrado) estratificados por edad, género y educación de la madre, utilizando el programa Epi Info 7. Si analizaron un total de 107 registros dentales. En general, las personas que no utilizaron pasta dental fluorada tuvieron la oportunidad 5,97 veces mayor (IC: 1.75 a 20.35) para presentar caries dentales (P = 0,001). Hasta la edad de 1 año, el riesgo de tener la enfermedad era 5,97 veces mayor (IC: 1,75 a 10,35) en el grupo que no utiliza pasta de dientes con flúor (P = 0,039). En el grupo de edad de 2-3 años, el riesgo de presentar caries dentales fue 6,75 veces mayor (1,21 a 17,62) en el grupo de individuos que usa pasta de dientes sin flúor (P = 0,029). Entre las edades de 4 a 6 años, el riesgo fue 5,97 veces mayor (IC: 1,75 a 10,35) (P = 0,018). Entre los niños, hay una probabilidad 7,42 veces mayor (IC: 1,63 a 33,69) para presentar lesiones de caries. Este efecto no se observó en las niñas (P = 0,08), ni estuve relacionado con  la educación de las madres (P = 0,08). Se concluye que el uso de pastas de dientes sin flúor se asoció con las caries dentales hasta la edad de seis años en los individuos con trastorno del desarrollo.

Palabras-clave: Dentífricos, Fluoruros, Caries Dental, Fluorosis, Discapacidades del Desarrollo, Parálisis Cerebral.

 

https://doi.org/10.24317/2358-0399rbeuv7i2p121-127

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Biografia do Autor

Lia Silva de Castilho, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Especialista em Saúde Pública e Doutora em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da UFMG e Mestre em Odontologia, área de concentração: clínica odontológica. Coordenadora do "Projeto de Extensão Atendimento Odontológico a Pacientes Especiais"
Marcela Alkimin Filogônio, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Estudante Faculdade de Odontologia da UFMG
Ênio Lacerda Vilaça, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Professor Adjunto IV do Departamento de Odontologia Restauradora da FO UFMG
Vera Lúcia Silva Resende, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Professor Associado do Departamento de Odontologia Restauradora da FO UFMG

Referências

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Publicado
11-11-2016
Como Citar
CASTILHO, L.; FILOGÔNIO, M.; VILAÇA, ÊNIO; RESENDE, V. O PAPEL DO DENTIFRÍCIO SEM FLÚOR NA OCORRÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA ENTRE PACIENTES COM DEFICIÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO ATÉ OS SEIS ANOS DE IDADE. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 7, n. 2, p. 121-127, 11 nov. 2016.
Seção
Artigos