Extensão Universitária: Inovação na realização de atividades não presenciais de promoção da saúde com idosos na pandemia da COVID-19
Resumo
A extensão universitária é uma das mais importantes bases do ensino superior brasileiro, a qual incentiva a transformação social, impactando na formação acadêmica e na dinâmica social. É notório que a pandemia da COVID-19 afetou fortemente o funcionamento das atividades estudantis e da população idosa das comunidades participantes das práticas extensionistas. Sendo assim, foi necessária a readaptação para o ambiente virtual do Projeto de Extensão Ensinar e Aprender Desenvolvendo Ações de Saúde Coletiva (EADASC) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que promove ações para melhores hábitos de vida. Assim, percebeu-se a necessidade de investigar o alcance e o significado dessas atividades não presenciais entre junho a dezembro de 2020. Este artigo é uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa. Foram incluídos cinco idosos participantes do referido Projeto de Extensão, devidamente cadastrados e ativamente participativos nas atividades não presenciais. Para a coleta de dados, foi executada a entrevista semiestruturada presencial. Foram identificadas três categorias temáticas: as mudanças ocorridas em suas vidas durante a pandemia; as ligações recebidas pelos acadêmicos e as mensagens do grupo de WhatsApp; as orientações e as atividades sugeridas pelos acadêmicos por meio das ligações e chamadas de vídeo. Percebeu-se que saber escutar e acolher são qualidades de profissionais comprometidos com o social, o que foi realizado pelo projeto EADASC em meio à pandemia e resultou, majoritariamente, em feedbacks positivos, por mais que, como impasse, a quantidade de participantes elegíveis para o estudo tenha sido baixa.
Palavras-chave: Saúde Coletiva; Isolamento Social; Tecnologia da Informação e Comunicação; Gerontologia
University Extension: Innovation in carrying out non-face-to-face health promotion activities with older adults during the COVID-19 pandemic
Abstract: University extension is one of the most important bases of Brazilian higher education, which encourages social transformation, impacting academic training and social dynamics. It is clear that, with the COVID-19 pandemic, the activities of students and the elderly population of communities participating in extension practices was strongly affected. Therefore, readaptation to the virtual environment of the Extension Project Teaching and Learning Developing Collective Health Actions (EADASC) of the Federal University of Alagoas (UFAL) was necessary, which promotes actions for better life habits. Thus, the need to investigate the scope and meaning of these non-contact activities from June to December 2020 was perceived. This article is a descriptive and exploratory research with a qualitative approach. Five older people participating in the Extension above Project were included in this research, who were duly registered and actively participating in non-face-to-face activities. For data collection, a face-to-face semi-structured interview was performed. Three thematic categories were identified: the changes that occurred in their lives during the pandemic; calls received by academics and messages from the WhatsApp group; and the guidelines and activities suggested by academics through calls and video calls. It was noticed that knowing how to listen and welcome are qualities of professionals committed to the social, which was carried out by the EADASC project amid the pandemic and resulted mostly in positive feedback, even though, as an impasse, the number of eligible participants for the study was low.
Keywords: Collective Health; Social Isolation; Information and Communication Technology; Gerontology
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