Divulgação científica sobre os fósseis de Picos, Piauí

  • Joceane Layane Rodrigues de Moura Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5076-9756
  • Jhenys Maiker Santos Universidade Federal do Ceará, Departamento de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geologia (UFC, PPGG), Campus do Pici, Blocos 912 (1º andar), 60440-554, Fortaleza, CE, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2409-1547
  • Paulo Victor de Oliveira Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1841-9999
  • Patricia da Cunha Gonzaga Silva Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9602-495X
DOI: https://doi.org/10.36661/2358-0399.2021v12i2.11734
Palavras-chave: Paleontologia, Popularização da Ciência, Nordeste do Brasil

Resumo

O município de Picos, na mesorregião sudeste do Estado do Piauí, Brasil, destaca-se pela grande diversidade fossilífera, representada principalmente por fósseis marinhos com idade em torno de 380 milhões de anos, pertencentes ao período geológico conhecido como Devoniano. Para difundir o conhecimento sobre esse tema, pesquisadores do Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, desenvolveram um projeto de divulgação científica sobre paleontologia em escolas públicas do município de Picos, com ênfase no patrimônio paleontológico local. Foram realizadas oito intervenções compostas por oficinas pedagógicas para crianças, palestras temáticas e exposições itinerantes de fósseis, para adolescentes e adultos da rede pública de educação, em oito unidades escolares, totalizando um público de 1.160 integrantes da comunidade escolar. Essas intervenções constituem parte de um programa de popularização da ciência paleontológica intitulado Programa de Divulgação Científica em Paleontologia na rede pública de ensino de Picos, Piauí, que visa facilitar o acesso à ciência, incentivar a preservação dos fósseis, e fomentar o desenvolvimento de uma relação de identidade cultural com o patrimônio fossilífero da região.

Palavras-chave: Paleontologia; Popularização da Ciência; Nordeste do Brasil

Scientific disclosure about fossils in Picos, Piauí

Abstract: The Picos municipality in the southeastern mesoregion of the Piauí State, Brazil, stands out for the large fossiliferous diversity represented mainly by marine fossils aged around 380 million years, from the geological period known as Devonian. To disseminate knowledge on the subject, researchers from the Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, developed a project for the scientific divulgation on paleontology in public schools in the municipality of Picos, with an emphasis on the local paleontological heritage. Eight interventions were carried out, composed of pedagogical workshops for children, thematic lectures, and itinerant exhibitions of fossils for adolescents and adults from the public-school system in eight school units, totaling an audience of 1,160 members of the school community. These interventions are part of a program for the popularization of paleontological science entitled the Program for Scientific Dissemination in Paleontology in the public-school system of Picos, Piauí (Brazil), which aims to facilitate access to science, encourage the preservation of fossils, and foster the development of a relationship of cultural identity with the region's fossiliferous heritage.

Keywords: Paleontology; Science Popularization; Northeast Brazil

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joceane Layane Rodrigues de Moura, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil.

Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Piauí no Campus de Picos PI.Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Paleontologia.

Jhenys Maiker Santos, Universidade Federal do Ceará, Departamento de Geologia, Programa de Pós-Graduação em Geologia (UFC, PPGG), Campus do Pici, Blocos 912 (1º andar), 60440-554, Fortaleza, CE, Brasil

Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos-PI e pós-graduado em Especialização em Ensino de Ciências Naturais (Lato Sensu) pela mesma instituição. Mestrando em Geologia (Linha de pesquisa: Geologia Sedimentar e Paleontologia). Biólogo inscrito no Conselho Federal de Biologia 5ª Região sob o registro 114.687 / 05-D. Membro do grupo de pesquisa do Laboratório de Paleontologia de Picos (LPP).

Paulo Victor de Oliveira, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil.

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (2007). Mestre em Geociências, pelo Instituto de Geociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, com área de concentração Paleontologia (2010). Doutor em Geociências, pelo Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, com área de concentração Geologia Sedimentar e Ambiental (2014). Professor Classe C, Adjunto, Nível 002, da Universidade Federal do Piauí, lotado no curso de Ciências Biológicas do campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos-PI. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Geologia da Universidade Federal do Ceará. Pesquisador Colaborador no Laboratório de Paleontologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Museu Dom José, em Sobral-CE. Pesquisador Colaborador do Museu Ozildo Albano, em Picos-PI. Tem experiência na área de Geociências, Paleontologia, Zoologia e Anatomia comparada (osteologia) de mamíferos; Paleontologia de cavernas; Bacias Sedimentares de Ubajara e do Parnaíba; Quaternário, mamíferos, depósitos de tanque e cavernas, estudos icnológicos, patrimônio paleontológico e divulgação científica. Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade Estadual do Piauí, Campus Prof. Barros Araujo, Picos, Piauí.

Patricia da Cunha Gonzaga Silva, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Curso de Ciências Biológicas, Rua Cícero Duarte, 905, Junco, 64607-670, Picos-PI, Brasil.

Doutora em Educação (UFPI). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Piauí - UFPI. Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Ciências Biológicas com ênfase em Educação Ambiental, pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI. Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI. Graduada em Pedagogia - FAERPI. Professor Adjunto DE, na área Ensino de Ciências, no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Senador Helvídio Nunes de Barros. Líder do Grupo de Pesquisa; Ensino de Ciências e Biologia: novas perspectivas de discussão. Membro do Núcleo de Pesquisa sobre Formação de Professores e do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Formação de Professores de Ciências (GRUPEC).

Referências

Barbosa, O., Andrade Ramos, J. R., Gomes, F. A., & Hembold, R. (1966). Geologia estratigráfica, estrutural e econômica da área do “Projeto Araguaia” (Monografia). Divisão de Geologia e Mineralogia, Monografia, Rio de Janeiro, Brasil.

Bonfim, F. C., & Viana, M. S. S. (1985). Ocorrências fossilíferas na área do 10° distrito do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM. Relatório impresso.

Caldas, E. B., Lima Filho, F. P., & Florêncio, C.P. (1987). Nova ocorrência de Metacryphaeus cf. australis no Devoniano médio da Bacia do Parnaíba. In Congresso Brasileiro de Paleontologia, 10. (pp. 539-544). Rio de Janeiro: SBP.

Campanha, V. A., & Mabesoone, J. M. (1974). Paleoambiente e paleoecologia do Membro Picos, Formação Pimenteiras (Devoniano do Piauí). In Congresso Brasileiro de Geologia, Porto Alegre, 28. (pp. 221-235). São Paulo: SBP. Recuperado de http://sbg.sitepessoal.com/anais_digitalizados/1974-PORTO%20ALEGRE/1974PORTOALEGRE.zip

Campos, D. R. B. (1985). Catálogo de Fósseis tipo e figurados das coleções paleontológicas do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. Catálogo de Invertebrados.

Cassab, R. C. T. (2010). Objetivos e Princípios. In I. S. Carvalho (ed.). Paleontologia: Conceitos e métodos. (pp. 3-11). Rio de Janeiro: Editora Interciência.

Caster, K. E. (1948). Excursão geológica ao estado do Piauí. Mineração e Metalurgia, 72(1), 271-272.

Castro, J. S. (1968). Trilobitas da Formação Pimenteiras, Devoniano do estado do Piauí. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 40(4), 481-489.

Costa, K. C. R. (2017). Concreções ferruginosas no Devoniano da Bacia do Parnaíba (Formação Pimenteira) em Picos: Aspectos gerais e conteúdo fossilífero (Trabalho de conclusão de curso de graduação) Universidade Federal do Piauí, Picos, Brasil. Recuperado de https://www.dropbox.com/s/i1m9tabjntw67hq/Biologia_Kuenia.pdf?dl=0

Figueroa, R. T., & Machado, D. M. C. (2016). Paleoictiofauna da Formação Pimenteira (Devoniano), Bacia do Parnaíba, PI, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Paleontologia, 19(3), 491-504.

Figueroa, R. T., Miguel, R., & Gallo, V. (2016). New Sarcopterygians from the Carboniferous Poti Formation and from the Permian Rio do Rasto Formation, Brazil. Revista Brasileira de Paleontologia, 19(3) 401-406.

Fonseca, V. M. M., & Melo, J. H. G. (1987). Ocorrência de Tropidoleptus carinatus (Conrad) (Brachiopoda, Orthida) na Formação Pimenteira e sua importância paleobiogeográfica. In Congresso Brasileiro de Paleontologia, Rio de Janeiro, 10. (pp. 505-537). [S. l.]: SBP.

Kegel, W. (1953). Contribuição para o estudo do Devoniano da bacia do Parnaíba. Geologia e Mineralogia, 141(1), 1-48.

Kegel, W. (1961). Rasto de um trilobita (? Homalonotus) do Devoniano Inferior do Piauí. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 33(2),163-167.

Kegel, W. (1966). Rastos do Devoniano da bacia do Parnaíba, Brasil. Geologia e Mineralogia, 233(1), 1-32.

Krasilchik, M. (2011). Prática de ensino de Biologia. (4. ed.) São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

Kräusel, R., & Dolianiti, E. (1957). Restos vegetais das camadas Picos, Devoniano inferior do Piauí. Geologia e Mineralogia, 173(1), 1-19.

Kuhn, T. S. (1992). A Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva.

Mabesoone, J. M. (1965). Origem das concreções ferruginosas do Membro Picos (Formação Pimenteira, Piauí). Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, 14(1/2), 61-69.

Maisey, J. G., & Melo, J. H. G. (2005). Some Middle Devonian (Eifelian-Givetian) fossil fish remains from the Pimenteira Formation of the Parnaíba Basin, Northeast Brazil. Arquivos do Museu Nacional, 63(3), 495-505.

Marandino, M., Selles, S. E., & Ferreira, M. S. (2009). Ensino de Biologia: Histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Editora Cortez.

Mello, F. T., Mello, L. H. C., & Torello, M. B. F. (2005). A Paleontologia na Educação Infantil: Alfabetizando e construindo conhecimento. Ciência & Educação, 11(3), 395-410.

Melo, J.H.G. de. (1988). The Malvinokaffric realm in the Devonian of Brazil. Canadian Society of Petroleum Geologists, 14(1), 669-703.

Mendes, J. C. (1988). Paleontologia básica. São Paulo: T. A. Queiroz/ Ed. da Universidade de São Paulo.

Ponciano, L. C. M., Castro, A. R. S. F., Fonseca, V. M. M., & Machado, D. M. C. (2012). Tafocenoses da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba, Piauí: Mapeamento, inventário e relevância patrimonial. Anuário do Instituto de Geociências, 35(1), 05-27.

Santos, J. M. (2017). Ocorrências icnofossilíferas da Formação Pimenteira (Devoniano da Bacia do Parnaíba) em Picos, Piauí (Trabalho de conclusão de curso de graduação). Universidade Federal do Piauí, Picos, Brasil. Recuperado de https://drive.google.com/file/d/1LlmGf65gZxFzK5FsNUVl821VAOrMbVu4/view

Santos, J. M., Dentzien-Dias, P., & Oliveira, P. V. (2021). Contribution to the ichnology of the Parnaíba basin in the state of Piauí, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, 109(1), 1-9.

Santos, M. E. C. M., & Carvalho, M. S. S. (2009). Paleontologia das bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís. Rio de Janeiro: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil.

Santos, R. S. (1961). Peixes fósseis do Devoniano inferior de Picos, Estado do Piauí. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 33(3/4), 32-32.

Schwanke, C., & Silva, M. A. J. (2010). Educação e Paleontologia. In I. S. Carvalho (ed.). Paleontologia: Conceitos e métodos. (pp. 681-688). Rio de Janeiro: Editora Interciência.

Silva, A. B. (2014). Estudo icnológico na Formação Pimenteira (Devoniano da Bacia do Parnaíba) em Picos-PI (Trabalho de conclusão de curso de graduação) Universidade Federal do Piauí, Picos, Brasil. Recuperado de https://www.dropbox.com/s/yt2nwypqwqsagmb/Bio_Antonio%20Bezerra.pdf?dl=0

Silva, R. C., Dominato, V. H., & Fernandes, A. C. S. (2012). Novos registros e aspectos paleoambientais dos icnofósseis da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba, Piauí, Brasil. Gaea: Journal of Geoscience, 8(1), 33-41.

Silva, S. M. O. A. (2005). Revisão sistemática de Icnofósseis da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba, no Estado do Piauí (Tese de doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Viana, M. S. S., & Carvalho, I. S. (2019). Patrimônio paleontológico. Rio de Janeiro: Editora Interciência.

Publicado
07-06-2021
Como Citar
DE MOURA, J. L.; SANTOS, J.; DE OLIVEIRA, P.; GONZAGA SILVA, P. Divulgação científica sobre os fósseis de Picos, Piauí. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 12, n. 2, p. 203-213, 7 jun. 2021.
Edição
v. 12 n. 2 (2021)
Seção
Artigos

Copyright (c) 2021 Joceane Layane Rodrigues de Moura, Jhenys Maiker Santos, Paulo Victor de Oliveira, Patricia da Cunha Gonzaga Silva

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

    1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
    2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista
    3. Autores têm permissão de distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).