EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS

  • Beatriz Segantini França Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - UNESP
  • Isabella Delamain Fernandez Olmos
  • Tatiana Noronha de Souza
Palavras-chave: Ensino, Educação Ambiental, Ensino Especial, Síndrome de Down

Resumo

O presente artigo objetiva apresentar a análise do desenvolvimento de um projeto de extensão em educação ambiental, realizado junto a jovens com Síndrome de Down de uma instituição privada sem fins lucrativos, localizada no interior do Estado de São Paulo. Foram realizados 10 encontros com 17 jovens. A sequência didática trabalhada no projeto foi elaborada após a realização do Levantamento de Conhecimentos Prévios dos participantes, no qual os mesmos trouxeram como problema ambiental o lixo. A análise das estratégias metodológicas utilizadas mostrou que o diálogo seguido de discussões foi positivo, porque aumentou a interação de parte do grupo. Porém, alguns jovens participaram menos ou não participaram, provavelmente devido o desenvolvimento da linguagem e abstração diferente daquele considerado como padrão. O registro gráfico gerou resultados importantes, especialmente em relação aos jovens que utilizavam menos o recurso da linguagem oral. O avanço na qualidade da representação gráfica foi observado junto à maior parte do grupo, em especial no caso daqueles que tiveram maior frequência nos encontros. Verificamos a importância das estratégias que contam com a participação ativa dos jovens, de forma a permitir que compartilhem suas experiências. Destacamos a necessidade de não estabelecer expectativas de desenvolvimento pautadas em um padrão de normalidade, e sim examinar as potencialidades de cada um.

Palavras-chave: Ensino; Educação Ambiental; Ensino Especial; Síndrome de Down

  

Environmental Education and Inclusive Education: a reflection on didactic strategies

Abstract: The present article aims to analyze the development of an extension project that faces environmental education. The project took place on a private non - profit institution that takes care of young people with Down Syndrome and is located in the interior of the State of São Paulo, Brazil. Ten meetings were held with 17 young people. The didactic sequence ministered on the project was elaborated after the accomplishment of the Survey of Prior Knowledge of the participants, in which they brought the garbage as an environmental problem. The analysis of the methodological strategies used showed that the dialogue followed by discussions was positive because it increased the participation of part of the group. However, some of the students participated less or did not participate, probably due to the development of language and abstraction in people with Down Syndrome, which are different from what is considered as standard. The graph registration made by the students resulted in outstanding results, especially about the ones who used less oral language resources. The improvement in the quality of the graph representation was observed with most of the group, even more in the case of those who had more frequency in the meetings. We verify the importance of strategies that count on the active participation of the students, in order to allow them to share their experiences. We emphasize the need not to set development expectations based on a standard of normality, but to examine the potentialities of each person.

Keywords: Teaching; Environment Education; Special Education, Down Syndrome

 

 

Educación Ambiental y Educación Especial: una reflexión sobre estrategias didácticas

Resumen: El presente artículo tiene como objetivo presentar el análisis del desarrollo de un proyecto de extensión en educación ambiental, realizado junto a jóvenes con Síndrome de Down de una institución privada sin fines de lucro, ubicada en el interior del Estado de São Paulo, Brasil. Se realizaron 10 encuentros con 17 jóvenes. La secuencia didáctica trabajada en el proyecto fue elaborada después de la realización del Levantamiento de Conocimientos Previos de los participantes, en el cual los mismos trajeron como problema ambiental la basura. El análisis de las estrategias metodológicas utilizadas mostró que el diálogo seguido de discusiones fue positivo, porque aumentó la interacción de parte del grupo, pero algunos jóvenes participaron menos o no participaron, probablemente debido al desarrollo del lenguaje y abstracción diferente de aquel considerado como estándar. El registro gráfico generó resultados importantes, especialmente en relación a los jóvenes que utilizaban menos el recurso del lenguaje oral. El avance en la calidad de la representación gráfica fue observado junto a la mayor parte del grupo, en especial en el caso de aquellos que tuvieron mayor frecuencia en los encuentros. Verificamos la importancia de las estrategias que cuentan con la participación activa de los jóvenes, para permitir que compartan sus experiencias. Destacamos la necesidad de no establecer expectativas de desarrollo pautadas en un patrón de normalidad, sino examinar las potencialidades de cada uno.

Palabras-clave: Enseñanza; Educación Ambiental; Educación Especial; Síndrome de Down

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, M. L. F. de; MASSABNI, V. G. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os Professores de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 835-854, 2011.

ARROIO, A.; GIORDAN, M. O vídeo educativo: aspectos da organização do ensino. Química Nova na Escola, n. 24, p. 8-11, 2006.

BASSOLI, F. Atividades práticas e o ensino-aprendizagem de ciência(s): mitos, tendências e distorções. Ciência & Educação, v. 20, n. 3, p. 579-593, 2014.

BIRD, G; BUCKLEY, S. Meeting the educational needs of pupils with down syndrome in mainstream secondary schools. Down Syndrome News and Update, v. 1, n. 4, p. 159-174, 1999.

BISSOTO, M. L. Desenvolvimento cognitivo e o processo de aprendizagem do portador de Síndrome de Down: Revendo concepções e perspectivas educacionais. Ciências & Cognição, v.4, p. 80-88, 2005.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: < http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>

BRASIL. Lei No 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 1999. Disponível em: <http://www. mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=321>

CARVALHO, I. C. de M. et al. Qual educação ambiental. Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v. 2, n. 2, p. 43-51, 2001.

DUMS, M.; DIONOR; G. A.; LOPATIUK, M. M. Educação Ambiental sob uma perspectiva inclusiva: proposta de sequencias didáticas. Revista da SBEnBio, n. 7, p. 5446-5455, 2014.

GODOY, A. C. de. As imagens na sala de aula: produção de conteúdo visual no ensino de História e Geografia local. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013.

GUIMARÃES, M. Educação ambiental crítica. In: LAYRARGUES, P. P. (Coord.) Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, p. 25-34, 2004.

JACOBI, P. R. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 233-250, 2005.

MANDARINO, M. C. F. Organizando o trabalho com vídeo em sala de aula. Morpheus, v. 01, n. 1, 2002.

MARTINS, J. C. Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo. Série Idéias, v. 28, p. 111-122, 1997.

MORÁN, J. M. O vídeo na sala de aula. Comunicação e Educação, v.2, p. 27- 35, 1995.

NERY, C.A; BATISTA C. G. Imagens visuais como recursos pedagógicos na educação de uma adolescente surda: Um estudo de caso. Paidéia, v. 14, n.29, p 287-299, 2004.

PEREIRA, L. V; OLIVEIRA, E. M. P. Influência do entorno familiar no desempenho comunicativo de crianças com Síndrome de Down. Revista CEFAC, v. 17, n. 1, p. 177-183, 2015.

PERUSI, M. C.; SENA, C. C. R. G. Educação em Solos, Educação Ambiental Inclusiva e Formação Continuada de Professores: múltiplos aspectos do saber geográfico. Entre-lugar, ano 3, n. 6, p 153 - 164, 2012.

RAMOS, M. G; MORAES, R. A importância da fala na aprendizagem: os diálogos na reconstrução do conhecimento em aulas de ciências. Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 7., Florianópolis, 2009. Anais... Disponível em: < http:// posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/758.pdf>

RICHTER, L.; NASCIMENTO, G. M. L do; FREITAS, D. S. Currículo, Formação de Professores e o Uso de Imagens no Ensino. SEMINÁRIO NACIONAL DE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO- CONFLUÊNCIAS, 2., 2006, Anais... Santa Maria: UFSM, 2006. Disponível em: < http://coral.ufsm.br/gpforma/ 2senafe/PDF/006e5.pdf>

SANCHES, I.; TEODORO, A. Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusófona de Educação, v. 8, n. 8, p. 63-83, 2006.

SAUVÉ, L. Educação Ambiental: possibilidades e limitações. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 317-322, 2005.

SILVA, H. C. Lendo imagens na educação científica: construção e realidade. Pró-posições, v. 17, n. 1, p. 71-83, 2006.

SOARES, M. M. de L. D.; LINHEIRA, C. Z. Ensino de Ciências e Educação Ambiental na Educação Inclusiva: uma experiência na ESCOLA MUNICIPAL CELINA de Lima Monenegro, Cuité – PB. Revista da SBEnBio, n. 7, p. 5539-5548, 2014.

SORRENTINO, M. et al. Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 285-299, 2005.

ZANATTA, E. R do P. A Leitura de imagens como auxiliar do desenvolvimento cognitivo de paralisados cerebrais. Maitêutica - Arte e Cultura, v.1, n.1, p. 7-16, 2013.

ZANON, D. P; MENDES, M. E. B. A aula: momento de pensar, refletir, agir! Secretaria da Educação do Estado do Paraná, [S.l.; s/d.] Disponível em: < http://www. diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/38-4.pdf>

Publicado
29-04-2019
Como Citar
SEGANTINI FRANÇA, B.; DELAMAIN FERNANDEZ OLMOS, I.; NORONHA DE SOUZA, T. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 10, n. 1, p. 1-9, 29 abr. 2019.
Seção
Artigos