MATRIZ ABISSAL E LUTAS DOS MOVIMENTOS INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA/ABYA YALA

  • Maurício Hashizume
Palavras-chave: Capitalismo, Colonialismo, Patriarcado, Sistema-mundo capitalista/colonial, Lutas indígenas

Resumo

Intersecções entre relações de poder capitalistas, coloniais e patriarcais para a (re)produção de ordens desiguais e opressoras desafiam as ciências sociais como um todo. Proponho dois movimentos para lidar com esse desafio. O primeiro deles, de caráter histórico-historiográfico, tem a ver com uma releitura da formação e do desenvolvimento do capitalismo/colonialismo. Abundam interpretações que situam o sistema capitalista moderno como resultado e até como contraponto a “resquícios” supostamente tradicionais (coloniais e patriarcais). Em contraste, sustento – a partir da problematização da acumulação primitiva em Marx e de críticas como as de Silvia Federici – que capitalismo, colonialismo e patriarcado são intrínsecos em termos materiais (trabalho, recursos etc.) e simbólicos (hegemonia e domínio). O segundo movimento consiste na justaposição desta matriz abissal (em consonância com a linha abissal de Boaventura de Sousa Santos) forjada desde o século XVI (sistema-mundo moderno) com reflexões e processos de lutas contemporâneas levadas a cabo por movimentos indígenas na América Latina/Abya Yala no quadro analítico das chamadas epistemologias do Sul.

 

Biografia do Autor

Maurício Hashizume

Professor substituto de Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins (UFT), investigador júnior e doutorando no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC), em Portugal.

 

Publicado
09-07-2017
Como Citar
HASHIZUME, M. MATRIZ ABISSAL E LUTAS DOS MOVIMENTOS INDÍGENAS NA AMÉRICA LATINA/ABYA YALA. Gavagai - Revista Interdisciplinar de Humanidades, v. 4, n. 1, p. 69-99, 9 jul. 2017.