O LIVRO DO DESASSOSSEGO COMO LINGUAGEM-[EM]-PROCESSO: A [DES]CONSTRUÇÃO DO SUJEITO MODERNO
Resumo
O projeto heteronímico delineado por Fernando Pessoa ainda hoje causa frisson por sua complexidade e dinamismo. Se em 2015 comemorou-se os 100 anos da Revista Orpheu – marco do Modernismo português –, 2016 iniciou com a divulgação da descoberta na África do Sul de uma caixa com textos de quando o poeta lá viveu, após o segundo casamento de sua mamãe. Este artigo pretende cotejar o projeto de escrita do Livro do Desassossego – visto como uma arca menor, lugar possível para depositar princípios de ideias-sensações – junto à coterie de escritores imaginados, as sensações e ausências próprias do projeto/processo de devir-outro (GIL, 200?) de Fernando Pessoa e[m] Bernardo Soares e da consciência deste da própria inexistência cotidiana, motivo pelo qual faz do outrar-se, por
meio do sonho e da escrita, o movimento de desdobrar-se em outro[s].