Episteme e o problema da contingência em Aristóteles
Resumo
O artigo analisa a definição do conceito de episteme na filosofia de Aristóteles. Para tanto, no primeiro momento, a partir das obras Segundos Analíticos e Física II, busca-se evidenciar os dois traços fundamentais que constituem a episteme, a saber: causalidade e necessidade. No segundo momento, ressalta-se a distinção proposta por Aristóteles entre necessário e contingente. Para isso, a análise detém-se no livro V, 5, da obra Metafísica, no qual o Filósofo apresenta cinco sentidos para necessário. Para o conceito de contingente, o objeto de análise é a obra Analíticos Anteriores, I, 13. Avança-se para a problemática dos futuros contingentes em Aristóteles, explicitando o princípio de bivalência e o modo pelo qual Aristóteles entende a aplicação de verdade a enunciados singulares futuros em matéria contingente. Quer-se com isso, evidenciar o motivo pelo qual Aristóteles entende que só pode haver episteme do que é necessário, imutável, excluindo assim do conhecimento científico os entes contingentes.