A memória é cinza: considerações sobre Os Afogados e Os Sobreviventes, de Primo Levi

Autores

  • Fábio Lopes da Silva Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.36661/2358-0666.2014n2.8891

Palavras-chave:

Testemunho, Holocausto, Zona cinzenta

Resumo

Neste artigo, trata-se de refletir sobre algumas repercussões do conceito de zona cinzenta, elaborado pelo escritor judeu italiano Primo Levi no terceiro livro de sua Trilogia de Auschwitz. Em particular, tentarei compreender como essa noção rebate sobre as meditações de Primo Levi a respeito da mendacidade da memória. A ideia é mostrar que – se, como Levi indica, a memória provém da zona cinzenta, onde a condição de que se sobreviva é a de que um outro morra em seu lugar – o único acontecimento narrável, isto é, o que o sobrevivente viveu, se constitui mas também se descompleta em uma relação íntima e indissolúvel com o que sucedeu aos que morreram, esse enigma inenarrável que o sobrevivente, estando na zona cinzenta, tangenciou mas não experimentou.

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Publicado

08-12-2014

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SILVA, Fábio Lopes da. A memória é cinza: considerações sobre Os Afogados e Os Sobreviventes, de Primo Levi. Gavagai - Revista Interdisciplinar de Humanidades, Brasil, v. 1, n. 2, p. 10–17, 2014. DOI: 10.36661/2358-0666.2014n2.8891. Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/GAVAGAI/article/view/8891. Acesso em: 6 abr. 2025.