DATAÍSMO E BIOPODER: DADOS NO CENTRO DAS DECISÕES
DOI:
https://doi.org/10.36661/2358-0666.2022v9n2.13207Palavras-chave:
Direitos Fundamentais. Inteligência Artificial. Biopoder. Biopolíticas. DataismoResumo
O presente artigo é resultado dos questionamentos do autor quanto a aproximação ou não dos conceitos de Biopoder e de Biopolíticas de Michel Foucault com o dataísmo, expressão utilizada por David Brooks em 2013 e repercutida por Yuval Noah Harari em sua obra Homo Deus, um dos best sellers da atualidade. A centralidade dos dados na tomada de decisões e o respeito aos direitos humanos são tratados no artigo, bem como as inovações trazidas com o uso das novas tecnologias, em específico a inteligência artificial, e sua possível utilização para a regulamentação de biopolíticas. A transição da sociedade pré-industrial, a renovação dos conceitos de biopoder de Foucault na era pós-guerra e a atualidade dos conceitos foram objetos de estudos no artigo. A capilaridade do biopoder entendida no artigo como não mais exclusivo do Estado, onde a ingerência de empresas transnacionais e big techs pulverizaram as formas de controle, onde decisões data-driven alteram a percepção capitalista até então existente, desafiando novos conceitos. Quais seriam os riscos havidos com a tomada de decisões automatizadas, a possível perda da privacidade decorrentes da exposição de dados, as controvertidas soluções genéticas e farmacológicas, que tem por intuito conformar os indivíduos a fim de manter as estratégias de biopoder, com seu imperativo da saúde e seu amplo menu de medidas preventivas, são alguns dos temas repassados no artigo.