A CRÍTICA DA MORALIDADE EM MACHADO DE ASSIS
Resumo
O presente trabalho propõe uma leitura da obra Memórias Póstuma de Brás Cubas (1981), de Machado de Assis (1839-1908), na perspectiva de crítica a moralidade da vida lesada. Desta forma, procura-se uma aproximação com a obra Mínima Moralia (1951) de Theodor Adorno que, em consonância com a Teoria Estética, possibilita situar Machado de Assis como crítico da moralidade vigente. Machado de Assis foi um importante pensador brasileiro, reconhecido não só pelos aspectos técnicos e estilísticos de suas obras literárias, mas pela dimensão de crítica social premente em seus escritos. Na dimensão estética, em sua transcendência histórica e não meramente enquanto uma arte produzida para a revolução, Machado de Assis questionou os valores vigentes, os conceitos de certo e errado, de bom e mau. Assim, ao não se deter em questões do primeiro plano das discussões, também evidencia a recusa deste em se manifestar como liberto das dicotomias da sociedade em que vivia. Não existe um estar por fora, um narrador capaz de ser o observador imparcial que seja isento de julgamentos valorativos.
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