NOTAS SOBRE A PESTE
SOBREVIVÊNCIA, HISTORICIDADE E CRISE DO TEMPO
Resumo
Este trabalho analisa o reaparecimento sintomático da metáfora pestífera, a partir do romance A Peste, de Albert Camus. A análise opera dentro de uma dupla abordagem da sobrevivência. Por um lado, compreende-se a peste enquanto presença do passado no contexto da crise da historicidade moderna, na primeira metade do século XX, ou seja, das reflexões acerca da configuração e crise de um regime de historicidade moderno, marcado pela cisão entre passado e presente/futuro e pela predominância do futuro, tomado como horizonte de expectativa aberto. Por outro lado, compreende-se a peste em seu caráter sintomal da historicidade endógena, própria aos objetos culturais. Portanto, enquanto presença que congrega em si formas de historicidade e temporalidades heterogêneas, cuja compreensão impõe-se como desafio.
Copyright (c) 2020 Cássio Guilherme Barbieri
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.