INTERSEÇÕES ENTRE CULTURA, ARTE E POLÍTICA NA “BOEMIA” DE FORTALEZA NO CONTEXTO DITATORIAL
Resumo
O foco do artigo são as práticas, ambientes e sociabilidades de um estilo
de vida urbano associado ao termo “boemia”, na cidade de Fortaleza entre décadas
de 1960 e 1970, quando grupos artísticos, políticos e intelectualizados delineiam
movimentos no espaço público da cidade, compondo trajetórias, identidades e
memórias num tempo-espaço demarcado pelo contexto ditatorial. A “boemia”,
nesse sentido, é utilizada por esses grupos para definir suas práticas e vivências
no espaço urbano, sob o contexto repressor vivido no país. São personagens que
ensaiam, em suas deambulações, um estilo de vida, atuando com uma gramática
de sentidos e ações, ao tempo em que forjam ideias, comportamentos e práticas
de uma nova cultura urbana numa cidade que principiava a aspirar ares metro-
politanos. O texto é resultado da tese de doutoramento em sociologia, concluída
em 2012, que abordou esse estilo de vida na cidade de Fortaleza, entre os anos
1960 e 1970. A pesquisa baseou-se em doze entrevistas com alguns atores sociais
participantes desse contexto, bem como levantamento em jornais, livros, músicas
e documentos do contexto em análise.
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