Foco e escopo:

O foco principal da Revista Regionem é constituir-se em um ambiente de diálogo e interlocução entre pesquisadores que se dedicam aos estudos científicos que contribuem para pensar um desenvolvimento regional sustentável em qualquer realidade brasileira ou latinoamericana. A importância deste ambiente justifica-se na ideia de que a diversidade de experiências pode ser uma valiosa fonte de novas inspirações para o enfrentamento de problemas que emergem em regiões que, embora possam estar geograficamente distantes, enfrentam problemas semelhantes.

A Regionem: Revista Interdisciplinar em Desenvolvimento Sustentável é uma publicação semestral, cujo objetivo é proporcionar um novo espaço de diálogo e interlocução entre pesquisadores que se dedicam a estudos científicos que visem o desenvolvimento regional a partir de diversas abordagens e contextos.


Assim como definido no PDI da UFFS, “para definir região, transpor os conceitos das barreiras territoriais é fundamental. O conceito de região pode ser considerado um recurso que permite compreender as distintas partes da realidade geográfica, referidas aos âmbitos subnacionais, em que tem lugar a existência humana (PALÁCIOS, 1983). Região também pode ser vista como uma construção social que atende a interesses políticos precisos, ou seja, uma representação da construção social do espaço de uma sociedade (LIMONAD, 2004).” (PDI, 2019, P. 18) Frente a esta definição, entendemos que o foco da revista em desenvolvimento regional precisa abordar as seguintes esferas de conhecimento que consideramos fundamentais para pensar sobre o desenvolvimento regional e sustentável:

1. Agricultura Familiar e Agroecologia 
Englobam aspectos sociais, ambientais e econômicos, relacionados à agricultura familiar, agroecologia, soberania alimentar e segurança alimentar e nutricional. Os debates levantaram os tópicos: a) A concepção de agricultura familiar; b) A agricultura familiar e o mundo rural na sociedade capitalista contemporânea; c) O modelo agroecológico; d) Os embates políticos da agricultura familiar; e) A natureza da assistência técnica requerida; f) A sucessão na agricultura familiar; g) A necessidade da reeducação; (h) Iniciativas para agroindustrialização da produção; (i) Soberania alimentar e Segurança alimentar e nutricional; (j) Dinâmica e o funcionamento de agroecossistemas; (k) Tecnologia e inovação em sistemas produtivos de base agroecológica; (l) Processos biológicos da agrobiodiversidade; (m) Indicadores de sustentabilidade; (n) Agricultura e manejo de base ecológica; (o) Redesenho de agroecossistemas. 

2. Gestão, cooperativismo, agroindústrias, economia solidária e desenvolvimento social e da gestão em políticas públicas
As temáticas sobre gestão, cooperativismo, agroindustrialização na agricultura familiar, economia solidária e desenvolvimento social e da gestão em políticas públicas, foram integradas num único eixo com as seguintes categorias: a) Concepções; b) Economia solidária e cooperativismo; c) Gestão: cooperativas, pequenas agroindústrias e agroindústrias familiares; d) Políticas públicas; e) Gestão pública;

3. Engenharias, tecnologia, inovação e desenvolvimento social
A tecnologia e a inovação são entendidas como vetores propulsores do desenvolvimento, embora não os únicos, ao lado de um conjunto de outros determinantes, como educação básica, saúde, alimentação, etc. Sinaliza-se para a necessidade de identificar a tecnologia como elemento integrante do processo de transformação da sociedade ao longo da história, que dinamiza e potencializa as relações entre o homem e a natureza e dá forma às relações sociais entre os homens. Nesse sentido, destaca-se a indissociabilidade entre tecnologia e sociedade, pois os produtos tecnológicos se convertem também em formas de vida, e a tecnologia constitui parte integrante da vida social e não seu determinante externo. As temáticas de tecnologia, inovação e desenvolvimento social apresentamse nas categorias: a) Transferência de tecnologias para promover a soberania alimentar e segurança alimentar e nutricional; b) Desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e processos visando a segurança alimentar e nutricional; c) Práticas e tecnologias inovadoras para desenvolvimento social e regional.

4. Educação e sua relação com desenvolvimento regional
A importância e o papel da educação nos processos de desenvolvimento regional e de desenvolvimento sustentável e de democratização econômica, com ênfase nas especificidades da educação de ensino superior, da educação popular e da educação do campo. As temáticas dentro desta categoria são: a) A contribuição da educação nos processo de desenvolvimento local; b) Os efeitos e influência da interiorização do ensino superior; c) Educação popular e democrática; e) educação do campo; e) movimentos sociais no campo e de educação, os atores locais.

5. Meio Ambiente e Saúde:
A importância da qualidade do ambiente no qual as pessoas estão vivendo e a compreensão de como este ambiente interfere na saúde e nas dinâmicas sociais nos leva a dar atenção também às questões ambientais. As temáticas que emergem destas preocupações são: a) reconhecimento do ambiente regional; b) conservação do patrimônio natural regional; c) relações ecológicas chaves para a região; d) prospecção de recursos naturais regionais que possam ser explorados de forma sustentável; e) gerenciamento de resíduos produzidos pelas populações locais; f) educação ambiental; g) qualidade de vida e qualidade ambiental; h) reconhecimento, controle e prevenção de doenças de alta incidência regional.
Em observância a estes cinco eixos norteadores, o nome da Revista emerge justamente do seu laboratório: a região, sendo utilizado o termo latino “Regionem” por soar em português como um verbo conjugado no modo imperativo. É um convite a “regionar”, ou seja, vivenciar, desenvolver e divulgar a sua região.