A teoria dos perfis conceituais em Química: mapeamento em um grupo de periódicos de Ensino de Ciências

The theory of conceptual profiles in Chemistry: mapping in a group of Science Teaching journals

La teoría de los perfiles conceptuales en Química: mapeo en un grupo de revistas de Enseñanza de las Ciencias

 

Vanessa Ramos Alves (vanessa.ramos@afogados.ifpe.edu.br)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Brasil

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5540-4756

 

José Dilson Beserra Cavalcanti (dilson.cavalcanti@ufpe.br)

 Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6125-3867

 

Flávia Cristiane Vieira da Silva (flavia.vsilva@ufrpe.br)

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9044-6863

 

 

Resumo

A teoria dos perfis conceituais modela a heterogeneidade do pensamento sobre um determinado conceito, permitindo a acomodação dos diferentes modos de pensar e formas de falar em zonas específicas. Busca-se entender como a teoria dos perfis conceituais tem sido utilizada no contexto da química, esboçando um panorama geral por meio do mapeamento horizontal e um estado mais analítico por meio de um mapeamento vertical. Os conceitos de calor e substância têm sido os mais utilizados na proposição de sequências didáticas para o ensino de química. Também é notável que a utilização de perfis já propostos em atividades de ensino supera a proposição de novos perfis. Adicionalmente, a teoria tem sido pouco utilizada para analisar os modos de pensar e formas de falar dos docentes em química.

Palavras-chave: perfil conceitual; mapeamento horizontal; mapeamento vertical.

 

Abstract

The theory of conceptual profiles models the heterogeneity of thought about a given concept, allowing the accommodation of different ways of thinking and ways of speaking in specific areas. We seek to understand how the theory of conceptual profiles has been used in the context of chemistry, sketching an overview through horizontal mapping and a more analytical state through vertical mapping. In addition the concepts of heat and substance have been the most used in the proposition of didactic sequences for the teaching of Chemistry and also the use of profiles already proposed in teaching activities surpasses the proposition of new profiles. In addition, the theory has been little used to analyze the ways of thinking and ways of talking of professors in chemistry.

Keywords: conceptual profile; horizontal mapping; vertical mapping.

 

Resumen:

La teoría de los perfiles conceptuales modela la heterogeneidad del pensamiento sobre un determinado concepto, permitiendo acomodar diferentes formas de pensar y formas de hablar en áreas específicas. Buscamos comprender cómo se ha utilizado la teoría de los perfiles conceptuales en el contexto de la química, delineando un panorama general a través del mapeo horizontal y un estado más analítico a través del mapeo vertical. Verificamos que un grupo de autores del Nordeste del país domina las producciones sobre perfiles conceptuales en Química, además los conceptos de calor y sustancia han sido los más utilizados en la propuesta de secuencias didácticas para la enseñanza de la Química y también el uso de perfiles ya propuestos en la actividad docente supera la propuesta de nuevos perfiles. Además, la teoría ha sido poco utilizada para analizar las formas de pensar y hablar de los profesores de química.

Palabras-clave: perfil conceptual; mapeo horizontal; mapeo vertical.

 

 

 

INTRODUÇÃO

Entre as mais variadas teorias de aprendizagem, podemos citar a teoria dos perfis conceituais, como teoria de aprendizagem de conceitos, proposta por Mortimer et al. (2011; 2014). Nessa teoria, torna-se necessário considerar a heterogeneidade de pensamentos entre os estudantes, buscando modelar os diferentes modos de compreender e expressar um determinado conceito em zonas. Com isso, as ideias não científicas passam a conviver com as ideias científicas, permitindo ao estudante identificar o contexto apropriado para aplicá-las (Barbosa; Simões Neto, 2022).

Desde sua proposição, inicialmente como uma noção (Mortimer, 1995, 2000) e posteriormente como teoria (Mortimer et al., 2011; 2014), os perfis conceituais podem ser utilizados para incrementar o processo de ensino e aprendizagem de conceitos químicos. Para o ensino de química, já são conhecidos perfis conceituais, como calor (Amaral; Mortimer, 2001), substância (Silva; Amaral, 2013), átomo (Mortimer, 2000), molécula (Mortimer, 1997; Pereira, 2020), energia (Simões Neto, 2016), entropia e espontaneidade (Amaral, 2004; Amaral; Mortimer, 2004), ligação covalente (Baltieri, 2020), química (Freire, 2017), reações químicas (Diniz Júnior, 2022) entre outros.

O mapeamento em pesquisa educacional pode fornecer um panorama estruturado sobre o terreno que está sendo investigado. Este instrumento de análise pode ser bifurcado em duas instâncias: um mapeamento horizontal, que pode fornecer dados descritivos, e um mapeamento vertical, que permite um tratamento analítica do que já foi desenvolvido, identificando lacunas para investimento (Cavalcanti, 2015).

A priori, com a elaboração do mapeamento, da utilização da teoria dos perfis conceituais no ensino de química, é possível esboçar um panorama que explique de que forma esta teoria tem sido utilizada, como as metodologias são propostas para essa utilização, quais os conteúdos que costumam ser abordados, e ainda visualizar novos caminhos para futuras investigações.

Diante do exposto, chega-se então à seguinte questão norteadora: Como a teoria dos perfis conceituais tem sido utilizada no campo da Educação Química? Para tal, propõe-se como objetivo mapear horizontal e verticalmente, as pesquisas que utilizaram a teoria dos perfis conceituais na área de ensino de química, em um recorte temporal de 20 anos.

 

A TEORIA DOS PERFIS CONCEITUAIS

Em meados da década de 1990, Mortimer propôs a noção dos perfis conceituais como forma de modelar a heterogeneidade de pensamento e linguagem nas aulas de ciências, para contradizer o modelo para mudança conceitual de Posner et al. (1982), o qual considerava que o estudante deveria romper suas concepções prévias para aprender ciência. Mortimer explicou que seu modelo difere dos modelos de mudança conceitual ao sugerir que é possível usar diferentes formas de pensar em diversos domínios, e que um novo conceito não substitui necessariamente ideias anteriores e alternativas (Mortimer 1995, p. 267).

O perfil conceitual de um determinado pensamento permite entender como as ideias dos estudantes evoluem na sala de aula. Essa evolução não é concebida como a substituição de conhecimentos alternativos por científicos, mas como uma evolução de conceitos ou significados, sendo possível a manutenção de diferentes perfis, e o contexto é quem vai determinar qual concepção é mais adequada (Mortimer, 1996; Santos; Fernandes, 2021).

A noção inicial de perfil conceitual é fundamentada por algumas abordagens socioculturais, entre as quais: a) Teoria da linguagem do círculo de Bakhtin, para embasar a análise dos modos de falar; b) Teoria do desenvolvimento das funções mentais superiores de Vygotsky, para investigar a aprendizagem (com destaque para o pensamento conceitual, o sentido e o significado); c) Os perfis epistemológicos de Bachelard para fundamentar os diferentes significados que um sujeito atribui a um mesmo conceito em diferentes contextos (Mortimer; Scott; El-Hani, 2011; Bezerra; Amaral, 2019).

Nos anos seguintes, do estabelecimento da ideia de perfil conceitual, as bases filosóficas se distanciaram de Bachelard, pois a caracterização de um perfil apresentava bases epistemológicas e ontológicas e não apenas as escolas de pensamento filosófico (Mortimer; El-Hani, 2014). Em 2014, em colaboração com El-Hani, Mortimer organiza um livro, publicado na língua inglesa, que estrutura a ideia de perfil conceitual em uma teoria, a partir das produções de vários pesquisadores que assumem a teoria dos perfis conceituais como objeto de investigação em seus grupos de pesquisa. Nesta obra, eles apresentam as fundamentações teóricas, epistemológicas e metodológicas da teoria dos perfis conceituais.

 Os perfis conceituais podem ser entendidos como modelos de diferentes maneiras de interpretar o mundo, sendo utilizado para representar nossas experiências (Mortimer; Scott; El-Hani, 2011).    De acordo com Mortimer, Scott e El-hani (2011, p. 116), as diferentes maneiras de ver e conceituar o mundo, os modos de pensar, são tratados como elementos de permanência no pensamento conceitual dos indivíduos, intimamente relacionados a significados socialmente construídos que podem ser atribuídos aos conceitos.

Os perfis conceituais modelam a diversidade de significados de um conceito. Na química, por exemplo, pode-se pensar os conceitos de substância, átomo, energia, entre outros. Esses diferentes modos de pensar e falar um conceito são organizados em “zonas”. Cada zona é constituída por compromissos epistemológicos, ontológicos (Mortimer, 2000) e axiológicos (Rodrigues; Mattos, 2007). De acordo com Diniz Júnior, Silva e Amaral (2015), cada zona representa uma forma de pensar e falar sobre um determinado conceito, e um mesmo indivíduo pode conservar diferentes zonas para um mesmo conceito.

Os perfis conceituais podem ser úteis para planejar e analisar o ensino de ciências, levando em conta os obstáculos que podem ser identificados e trabalhados. Desta forma, o aluno não precisa, de imediato, abandonar suas concepções alternativas, mas  ao aprender novas ideias científicas, ele pode conscientizar-se das novas zonas construídas e entender como  estão relacionadas com seus conhecimentos anteriores (Amaral; Mortimer, 2001).

De acordo com Silva (2017a, p. 90) o processo de aprendizagem, na teoria dos perfis conceituais, desenvolve dois processos principais:

I.                         “o enriquecimento dos perfis conceituais, ou seja, construção de novos significados, que irão incorporar aos significados antigos construídos pelos alunos”;

II.                      “a tomada de consciência da multiplicidade de modos de pensar que constituem um perfil conceitual e dos contextos os quais adquirem significados e podem ser aplicados, dependendo da situação”.

 

METODOLOGIA

Este estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no formato multipaper.  O presente recorte representa a investigação sobre o cenário de estudos com o uso da teoria do perfil conceitual na Educação Química, no contexto brasileiro, ao longo de um período de 20 anos (2001-2020).

Desta forma, dedica-se a análise de teses, dissertações e artigos publicados em periódicos. Em cada uma dessas produções científicas, busca-se o perfil conceitual no contexto da química, considerando como critérios aquelas produções que apresentavam no título expressões como: perfil conceitual, perfis conceituais, modos de pensar e formas de falar. Sendo que estas devem estar relacionadas ao ensino de química.

A seleção dos dados foi feita em três territórios:

(1) Teses: Para busca de teses no Brasil, utilizou-se a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).

(2) Dissertações: Foi utilizado o mesmo procedimento do território 1.

(3) Artigos presentes nos periódicos selecionados: Neste território, analisou-se alguns periódicos de grande impacto na área de ensino de química e/ou ensino de ciências, reconhecidos e acessíveis para os professores e pesquisadores da área, além de serem disponíveis de forma on-line, os quais são descritos no Apêndice A.

Nos trabalhos pesquisados nas fontes indicadas acima, aplica-se a metodologia de mapeamento, horizontal e vertical, para analisar e interpretar os trabalhos que foram selecionamos. A seguir, descreve-se em que consistem e como esse instrumento de análise foi utilizado.

O mapeamento horizontal tem natureza descritiva. Tem o intuito de apresentar um mapa, um instrumento norteador que permite ao pesquisador interpretar os diversos contextos que integram uma determinada temática (Bastos; Cavalcanti, 2018).

Neste tipo de mapeamento, são reunidas informações descritivas que permitem a identificação da situação. Por exemplo, Cavalcanti (2015) explica que se pode responder aos seguintes questionamentos: Quantos e quem já fizeram algo sobre determinado tema e onde fizeram.

Assim sendo, no presente estudo, busca-se compreender: Quantos trabalhos já foram publicados sobre o uso de perfis conceituais na Educação Química? Quem são os autores e as instituições de origem? Onde foram publicados estes trabalhos? Quais os tipos de pesquisas que são desenvolvidas? Quais instrumentos são utilizados para construção de dados? Quais são os sujeitos pesquisados nestes estudos?

O mapeamento vertical tem natureza analítica (Bastos; Cavalcanti, 2018). Neste tipo de mapeamento busca-se solucionar os questionamentos: que avanços foram conseguidos? Quais problemas estão em aberto para serem levados adiante? (Cavalcanti, 2015). O autor ainda complementa que este tipo de mapeamento indica ‘o que está sob’, ou seja, os trabalhos que já foram desenvolvidos indicam as tendências que o contexto está seguindo. E o que ‘está sobre’, os trabalhos que ainda podem ser desenvolvidos, neste caso, indicam as perspectivas.

Para o desenvolvimento do mapeamento vertical, o olhar deve ser direcionado para alguns aspectos teóricos e metodológicos das pesquisas mapeadas horizontalmente. Apresenta-se a situação das pesquisas que investigaram o uso da teoria dos perfis conceituais na Educação Química, desde aplicações de perfis em atividades didáticas até mesmo proposições, atentando para as metodologias, teorias, problemas analisados, avanços percebidos e contradições. Para isso, foram consideradas 26 (vinte e seis) pesquisas, dentro dos critérios estabelecidos.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No Quadro 1, apresenta-se os dados sobre autoria das teses, dissertações e artigos que foram mapeados, dentro do período considerado, sobre a teoria do perfil conceitual aplicada no contexto da química.

 

Quadro 1 – Dados sobre autoria, ano de publicação e orientação das produções selecionadas

 

TESES

N

AUTOR(A)

ANO

TÍTULO

1

Edenia Maria Ribeiro do Amaral

2004

Perfil conceitual para a segunda lei da termodinâmica aplicada às transformações químicas: a dinâmica discursiva em uma sala de aula de química do ensino médio

2

Angélica Oliveira de Araújo

2014

O perfil conceitual de calor e sua utilização por comunidades situadas

3

José Euzébio Simões Neto

2016

Uma proposta para o perfil conceitual de energia em contextos do ensino da física e da química

4

Flávia Cristiane Vieira da Silva

2017b

Análise de diferentes modos de pensar e formas de falar o conceito de ácido/base em uma experiência socialmente situada vivenciada por licenciandos em química

5

Melquesedeque da Silva Freire

2017

Perfil conceitual de química: contribuições para uma análise da natureza da química e do seu ensino

6

Bruna Herculano da Silva Bezerra

2018

Abordagem de questões sociocientíficas: buscando relações entre diferentes modos de pensar e contextos em estudos sobre fármacos e automedicação no ensino de química

7

Renata Reis Pereira

2020

Perfil conceitual de molécula: heterogeneidade de modos de pensar e falar no ensino superior de química

DISSERTAÇÕES

N

AUTOR(A)

ANO

TÍTULO

8

João Roberto Ratis Tenório da Silva

2011

Um perfil conceitual para o conceito de substância

9

Artur Torres de Araújo

2015

Conceitos de calor e temperatura sob a ótica do momento pedagógico de problematização inicial

10

Jaqueline Dantas Sabino

2015

A utilização do perfil conceitual de substância em sala de aula: do planejamento do ensino à análise do processo de aprendizagem dos estudantes

11

Antônio Inácio Diniz Júnior

2016

Análise de zonas do perfil conceitual de substância que emergem na fala de uma professora de química da rede privada do Recife

12

Luciano Lucena Trajano

2016

Proposta e análise de estratégias para o ensino dos conceitos de entropia e espontaneidade

13

Rodrigo Oliveira Lopes

2017

A evolução do perfil conceitual de átomo por meio de atividades experimentais espectroscópicas

14

Maria Aparecida da Silva Leite

2018

Mapeamento das zonas do perfil conceitual de calor por meio de um jogo educativo para alunos do EJA

15

Cleiça Rafaela de Almeida Guimarães

2019

Abordando os conceitos de entropia e espontaneidade a partir da teoria dos perfis conceituais

16

Vanessa Maria Silva Menezes

 

2019

Perfil conceitual a respeito da concepção atomística para os estados físicos da matéria de um grupo de alunos da educação de jovens e adultos – EJA

17

Ricardo Santos Baltieri

2020

As naturezas da ligação covalente: uma proposta de perfil conceitual

ARTIGOS

N

AUTORES

ANO

TÍTULO

18

Amaral e Mortimer

2001

Uma proposta de perfil conceitual para o conceito de calor

19

Silva e Amaral

2013

Proposta de um perfil conceitual para substância

20

Diniz Júnior, Silva e Amaral

2015

 

Zonas do perfil conceitual de calor que emergem na fala de professores de química

21

Bezerra e Amaral

2019

Identificando compromissos epistemológicos, ontológicos e axiológicos em falas de licenciandos quando discutem uma questão sociocientífica

22

Silva e Nóbrega

2017

Relação entre modos de pensar e formas de falar no perfil conceitual de substância

23

Sabino e Amaral

2018

Utilização do perfil conceitual de substância no planejamento do ensino e na análise do processo de aprendizagem

24

Silva, Simões Neto e Silva

2019

Abordagem do conceito de calor por meio de atividades experimentais a partir da teoria dos perfis conceituais

25

Guimarães, Silva e Simões Neto

2019

Modos de pensar sobre entropia e espontaneidade de licenciandos em química a partir da teoria dos perfis conceituais

26

Menezes, Machado, Silva

2020

Perfil conceitual a respeito da concepção atomística dos estados físicos da matéria de um grupo de alunos da educação de jovens e adultos – EJA

 

A discussão dos dados se deu conforme mapeamento realizado por Cavalcanti e Lima (2018). Foram mapeadas vinte e seis produções, divididas em três territórios.

 

MAPEAMENTO HORIZONTAL

Território 1: Teses - Foram encontradas sete teses, dentro do período considerado para análise. Dessas, quatro foram desenvolvidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. As três restantes pertencem ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Em relação à orientação, as teses estão concentradas em dois orientadores: a professora Edenia Maria Ribeiro do Amaral, com quatro orientações, e o professor Eduardo Fleury Mortimer com três orientações, sendo ele também orientador da profa. Edenia.

É importante ressaltar, diante dos dados apresentados, que o prof. Eduardo Mortimer, proponente da teoria dos perfis conceituais, assim como os integrantes do grupo de pesquisa sob sua liderança, é citado em um número considerável de publicações, muitas inclusive na área das ciências biológicas, porém com os critérios de busca estabelecidos neste estudo, foram selecionados poucos trabalhos com a sua autoria ou coautoria, fato que não diminui a sua importância para as pesquisas sobre perfis conceituais.

Território 2: Dissertações - A maior parte das dissertações selecionadas foi produzida na região Nordeste, sendo sete no total. As outras três dividem-se no Sul, Sudeste e Centro oeste. Sobre as dissertações do Nordeste, como no território anterior, aparece com recorrência o Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, sob orientação da Professora Edenia Maria Ribeiro do Amaral.

Território 3: Artigos de periódicos - Dos nove artigos selecionados neste estudo, oito deles têm pelo menos um autor que é pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Amaral, Silva, Bezerra, Diniz Júnior, Simões Neto), evidenciando a influência desse programa no desenvolvimento de estudos sobre perfis conceituais no Nordeste. Os periódicos são diversos, e cada artigo pertence a um periódico diferente. Três deles têm título específico para Química, enquanto os outros estão na área de ciências.

 

SÍNTESE DO MAPEAMENTO HORIZONTAL

A produção que representa o uso dos perfis conceituais na Química, considerando os critérios adotados neste estudo, teve um desenvolvimento considerável na região Nordeste do país. 

O uso da teoria dos perfis conceituais, para o ensino de química, teve aplicação em diversos públicos-alvo. Os participantes da pesquisa variaram entre estudantes do ensino fundamental (Sabino; Amaral, 2018), estudantes do ensino médio (Amaral, 2004; AMARAL; Mortimer, 2004; Silva; Amaral, 2013; Simões Neto, 2016; Bezerra, 2018; Bezerra; Amaral, 2019), estudantes de graduação (Silva; Amaral, 2013; Simões Neto, 2016; Silva, 2017; Freire, 2017; Silva; Nóbrega, 2017; Guimarães; Silva; Simões Neto, 2019; Pereira, 2020), estudante da EJA (Menezes; Machado; Silva, 2020), professores do ensino médio (Diniz Júnior; Silva; Amaral, 2015; Bezerra, 2018), técnicos em refrigeração e bombeiros (Araújo, 2014). Essa diversidade de aplicações evidência a versatilidade desta teoria para o ensino de conceitos químicos em diferentes contextos educacionais.

Os instrumentos de coleta de dados mais utilizados são as gravações em vídeo das interações discursivas, como também os questionários. Tanto as gravações quanto os questionários costumam ser usados para que o pesquisador possa captar quais as concepções que os indivíduos apresentam sobre o conceito químico. Além de analisar ou acompanhar a evolução conceitual, por meio da identificação do acréscimo de zonas mais científicas do conceito em questão.

 

MAPEAMENTO VERTICAL

Neste subtópico apresenta-se de que forma a pesquisa sobre perfis conceituais tem sido estruturada no ensino de química, busca-se entender ‘o que está sob’ e ‘o que está sobre’ (Cavalcanti, 2015), ou seja, o que já foi feito, que problemas foram solucionados e quais estão abertos, além daquilo que está por vir, que tem potencial para novas investigações.

Quais problemas foram estudados?

Quando se trata da utilização da teoria dos perfis conceituais no ensino de química, espera-se que se tenha um enriquecimento conceitual dos sujeitos envolvidos, a partir da ampliação das zonas. Nesse sentido, esta teoria tem sido explorada de maneira que auxilie o professor na proposição de atividades didáticas ou até mesmo para orientá-lo na avaliação de um processo. Desta forma, mediante categorias de classificação da natureza da pesquisa com perfis conceituais, propostas por Simões Neto e Amaral (2013), com adaptações, conforme apresentado no Quadro 2, pode-se classificar os estudos analisados em seis categorias principais.

 

Quadro 2 – Categorização dos estudos desenvolvidos com perfis conceituais no ensino de química

 

Categoria*

Significado

Produções

Proposição de perfil conceitual

 

Quando se objetiva propor um perfil de um conceito

Amaral (2004); Amaral e Mortimer (2001; 2004); Silva (2011); Silva e Amaral (2013); Simões Neto (2016); Freire (2017); Baltieri (2020).

Perfil conceitual na sala de aula

 

Quando se objetiva aplicar em sala de aula um perfil já existente

Araújo (2014); Sabino (2015); Trajano (2016); Lopes (2017); Leite (2018); Guimarães (2019); Menezes (2019); Silva; Simões Neto e Silva (2019); Sabino e Amaral (2018).

**Perfil conceitual como forma de avaliar ou formar o docente de química

Quando se objetiva avaliar os modos de pensar e falar do professor ou quando se objetiva formar o professor para uso da metodologia

Diniz Júnior; Silva e Amaral (2015); Diniz Júnior (2016).

**Perfil conceitual como ferramenta analítica do processo de ensino e aprendizagem

Quando se objetiva usar o perfil conceitual de um determinado conceito para avaliar estudantes em uma determinada situação didática

Araújo (2014); Araújo (2015); Bezerra (2018); Bezerra e Amaral (2019); Silva e Nóbrega (2017); Silva (2017b); Freire (2017); Sabino e Amaral (2018); Menezes; Machado e Silva (2020); Guimarães; Silva e Simões Neto (2019).

**Perfil conceitual como forma de categorizar concepções

Quando se objetiva utilizar um perfil de determinado conceito químico para categorizarem-se concepções

Guimarães, Silva e Simões Neto (2019).

Aspectos teóricos do perfil conceitual

 

Quando se objetiva acrescentar ou revisar a parte teórica dos perfis conceituais

Araújo (2014); Pereira (2020).

*Classificações da natureza da pesquisa com perfis conceituais proposta por Simões Neto e Amaral (2013)

**Classificações criadas pelos autores

 

Na categoria de proposição de um perfil conceitual, verifica-se oito produções, para proposição de seis conceitos. As proposições referem-se aos conceitos de substância (Silva, 2011; Silva; Amaral, 2013), calor (Amaral; Mortimer, 2001), entropia e espontaneidade (Amaral, 2004; Amaral; Mortimer, 2004), energia (Simões Neto, 2016), química (Freire, 2017) e ligação covalente (Baltieri, 2020).

Vale ressaltar que as demais produções científicas, em todos os territórios analisados, utilizam ao menos um dos perfis conceituais que foram propostos por estes autores, uma vez que a maioria destes perfis propostos até então, é de conceitos estruturantes da química, que irão derivar um conjunto de outros conceitos. Assim, o uso deles é essencial na maioria dos casos.

Na categoria de uso dos perfis conceituais na sala de aula, observou-se um número considerável de produções. Isso significa que grande parte das pesquisas se volta à utilização de perfis conceituais como instrumentos metodológicos, em sequências didáticas, para o ensino de conteúdos químicos. Houve também trabalhos que utilizaram a teoria dos perfis conceituais tanto para propor uma situação de ensino como para avaliar essa situação, como, por exemplo, Trajano (2016) e Guimarães (2019), com o perfil de entropia e espontaneidade, Sabino (2015), com o perfil de substância, Araújo (2015) e Lopes (2018) com o perfil de calor, Lopes (2017) e Menezes (2019) com o conceito de átomo, entre outros. Assim as categorias “perfil conceitual na sala de aula” e “perfil conceitual como ferramenta analítica”, foram utilizadas concomitantemente, uma vez que os trabalhos que utilizaram o perfil de algum conceito para propor uma sequência didática também o utilizaram para avaliar a proposta.

Os perfis conceituais têm sido pouco utilizados para avaliar os diferentes modos de pensar e formas de falar dos professores de química. Os trabalhos de Diniz Júnior (2016) e Diniz Júnior, Silva e Amaral (2015) foram pioneiros nesse campo de investigação, abordando o conceito de calor.

Quanto aos trabalhos que se dedicaram a adicionar ou alterar alguma proposição teórica dos perfis conceituais, foi identificado pesquisas que remodelaram os perfis de calor e de molécula. Para o conceito de calor, Araújo (2014) sugeriu uma nova designação para a zona “realista” do conceito de calor, para zona “calor como sensação térmica”. E para o conceito de molécula, Pereira (2020) adicionou duas novas zonas (interacionista e composicionista), além de renomear a zona “química moderna” para “molécula moderna”.

Além de algumas das categorias expostas no Quadro 2, Simões Neto e Amaral (2013) também propuseram a categoria de “aspectos metodológicos do perfil conceitual”, porém, neste estudo, não foram identificados trabalhos que correspondem a essa classificação. Verifica-se que o presente trabalho se deteve a selecionar produções específicas da área química, e a base teórica e metodológica do perfil conceitual também tem contribuições na biologia e na física.

Quais conteúdos químicos são investigados nos estudos com perfis conceituais?

Para propor um perfil conceitual de um determinado conceito, deve-se observar alguns requisitos, entre os quais a polissemia da palavra (Mortimer; El-Hani, 2014). O Quadro 3 apresenta os conceitos químicos trabalhados com a teoria dos perfis conceituais no ensino de química.

 

Quadro 3 – Conceitos investigados nas pesquisas que utilizaram perfis conceituais

Perfil conceitual

Produção

Átomo

Lopes (2017).

Substância

Silva (2011); Silva; Amaral (2013); Sabino (2015); Diniz Júnior (2016); Diniz Júnior, Silva e Amaral (2015); Sabino; Amaral (2018); Silva; Nóbrega (2017).

Ligação covalente

Baltieri (2020).

Calor

Amaral; Mortimer (2001); Araújo (2014); Araújo (2015); Leite (2018); Diniz Júnior; Silva; Amaral (2015); Silva; Simões Neto; Silva (2019).

Temperatura

Araújo (2015).

Entropia e espontaneidade

Amaral (2004); Amaral e Mortimer (2004); Trajano (2016); Guimarães, Silva e Simões Neto (2019); Guimarães (2019).

Energia

Simões Neto (2016).

Ácido/base

Silva (2017b).

Química

Freire (2017).

Molécula

Pereira (2020)

Fármacos/automedicação

Bezerra (2018); Bezerra e Amaral (2019).

Estados físicos da matéria

Menezes (2019); Menezes; Machado; Silva (2020).

 

 

Observa-se que os conteúdos estruturantes da química têm sido os mais investigados em pesquisas que utilizam a teoria dos perfis conceituais, conceitos como o de substância, calor, molécula, entropia, espontaneidade e energia. Como sugere Mortimer e El-Hani (2014), para propor um perfil conceitual, precisa-se considerar a centralidade do conceito na ciência em questão e também a heterogeneidade de interpretações que ele permite.

Além disso, quando os trabalhos estudam outro conceito da química, costumam recorrer a um destes perfis estruturantes para investigar um novo conceito, como é o caso dos trabalhos que analisaram conceitos como o de ácido/base e fármacos/automedicação, tomando como base o perfil substância.

De que forma a metodologia foi construída?

Os trabalhos costumam assemelhar-se nas metodologias para proposições e também aplicações de perfis, já que o referencial teórico e metodológico é comum em ambas situações.

a)      Para proposição de perfis:

Os trabalhos que propuseram um perfil conceitual de um conceito químico, em geral, costumam seguir quatro etapas, como ilustra a Figura 1. A proposição de perfis está condicionada a essas etapas essenciais, como descrito por Silva e Amaral (2013); Mortimer et al. (2014). Para propor um modelo conceitual, é preciso garantir que as etapas a seguir sejam aplicadas.

 

Fonte: Mortimer et al (2014).

Figura 1 – Fluxo de ações para proposição de um perfil conceitual

 

O processo inicia-se com a coleta de concepções, em duas fontes: uma pesquisa bibliográfica na História da Química, para investigar o surgimento do conceito em questão, consultando fontes secundárias; uma pesquisa empírica para coletar as concepções de estudantes sobre o conceito químico, geralmente com aplicação de questionários, realização de entrevistas ou até mesmo ambos os instrumentos são utilizados. Uma segunda etapa é realizada para selecionar as formas de falar e modos de pensar, agrupando-as levando em consideração os compromissos epistemológicos, ontológicos e axiológicos que elas têm em comum para propor as zonas que vão compor o perfil (Mortimer et al., 2014).

b)      Para uso de perfis em sequências didáticas e para uso de perfis como ferramenta analítica do processo de ensino e aprendizagem:

Estes dois usos dos perfis são discutidos juntos, pois a metodologia é semelhante, uma vez que para usar o perfil como ferramenta analítica da evolução conceitual, é necessário aplicá-lo por meio de uma sequência didática. A Figura 3 apresenta as etapas básicas observadas a partir da análise desses trabalhos e que se apresentam em acordo com o proposto na teoria dos perfis conceituais (Mortimer et al. 2014).

 

Fonte: Mortimer et al. (2014)

Figura 3 – Fluxo de ações para aplicação de um perfil em sala de aula

 

Após a seleção do conceito, propõe-se uma sequência didática que explore as zonas do perfil desse conceito. As aulas que compõem a sequência geralmente são videogravadas. Durante a sequência didática, os estudantes respondem questionários, entrevistas ou até produzem textos sobre o conceito. Os professores, então, analisam os dados coletados a partir da identificação das zonas do perfil conceitual, nas respostas dos estudantes. Há trabalhos que aplicam os instrumentos de coleta antes da sequência e após, para acompanhar se houve uma evolução conceitual nos estudantes.

Quais perspectivas são identificadas para novos estudos?

Mediante a realização deste mapeamento, foram encontrados alguns questionamentos sobre a teoria dos perfis conceituais no ensino de química, principalmente por sentir falta de análises mais profundas no tocante aos compromissos axiológicos do perfil conceitual.

Entende-se que é possível utilizar os perfis conceituais como ferramenta analítica, não só para acompanhar o enriquecimento conceitual dos estudantes ou a eficiência de uma sequência de ensino, mas pelo conjunto teórico e metodológico no qual essa teoria é estruturada. Pode-se imaginar a possibilidade de desenvolver análises mais direcionadas do processo educacional, explorando a sua dimensão axiológica, como por exemplo, buscar entender questões do tipo:

a)      Como é estabelecida a valoração das diferentes zonas de um conceito?

b)      Por que os estudantes atribuem um valor pragmático maior a determinada zona?

c)      Quais relações sociais, educacionais e emocionais influenciam na atribuição desse valor pragmático?

d)     A aquisição de novas zonas pode alterar o valor pragmático já estabelecido a uma zona antiga?

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção que representa o uso dos perfis conceituais na Química, considerando os critérios utilizados para seleção adotados neste estudo, é oriunda, em parte, da região Nordeste do país. Os sujeitos de pesquisa variaram entre estudantes do ensino fundamental, estudantes do ensino médio, estudantes de graduação, estudantes da EJA, professores do ensino médio, cabelereiras, técnicos em refrigeração e bombeiros.

A teoria dos perfis conceituais tem sido muito utilizada na sala de aula de química, na proposição e também na avaliação de sequências didáticas. No entanto, a utilização dos perfis conceituais como forma de avaliar os modos de pensar e formas de falar dos docentes em química, tem sido pouco explorada, quando comparado à utilização dos perfis em sequências didáticas. Assim, o presente estudo apresenta uma valiosa fonte de investigação, uma vez que é fundamental que não só o estudante, mas também o professor tenha intimidade com as diferentes zonas de um conceito químico, permitindo assim que o ensino seja condizente com essa heterogeneidade.

A sistematização dos dados produzidos neste estudo de mapeamento permitiu imaginar possibilidades para aplicação da teoria dos perfis conceituais, para avaliar a valoração dos estudantes às diferentes zonas de um perfil conceitual e os fatores que influenciam no estabelecimento do valor pragmático, explorando com mais atenção o desenvolvimento de compromissos axiológicos, haja vista que são pouco ou quase não são explorados na utilização desta teoria.

 

APÊNDICE A – LISTA DE PERIÓDICOS UTILIZADOS NO MAPEAMENTO DOS ARTIGOS

1. Educación Química; 2. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias; 3. Revista Eureka sobre Enseñanza y Divulgación de las Ciencias; 4. Ciência & Educação; 5. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências; 6. Acta Ccientiae: Revista de Ensino de Ciências e Matemática; 7. Amazônia – Revista de Educação em Ciências e Matemáticas (online); 8. Areté – Revista Amazônica de Ensino de Ciências; 9. Investigações em Ensino de Ciências (online); 10. Rencima – Revista de Ensino de Ciências e Matemática; 11. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências; 12. Revista de Educação, Ciências e Matemática; 13. Contexto & Educação; 14. Química Nova na Escola; 15. Revista Brasileira de Ensino de Química; 16. Revista Ciências & Ideias; 17. Tear – Revista de Educação, Ciência e Tecnologia; 18. Ciência & Ensino (online); 19. Ciência em Tela; 20. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista; 21. Experiências em Ensino de Ciências; 22. Gondola: Ensenanza y Aprendizaje de las Ciencias; 23. Actio: Docência em Ciências; 24. Ciências & Cognição (UFRJ); 25. Revista de Educação, Ciência e Cultura; 26. Revista Debates em ensino de química – REDEQUIM; 27. Educação Química en Punto de Vista.

 

Recebido em: 21/08/2023

Aceito em: 21/03/2024

 

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