Uma década de Pós-Graduação: o que a experiência da UFFS evidencia?

A decade of graduate education: what does the UFFS experience show?

                                                                                              

Joviles Vitório Trevisol[1]

Geomara Balsanello[2]

 


Resumo

O estudo teve como propósito investigar o processo de interiorização da Pós-Graduação (PG) no Brasil a partir de uma universidade pública localizada na região Sul. Trata-se da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A trajetória da PG em uma instituição localizada no interior do país revela aspectos importantes do processo de interiorização. A pesquisa foi desenvolvida por meio da análise documental e da sistematização dos indicadores disponíveis na Plataforma Sucupira. Além disso, foi realizado um estudo com os egressos da PG da instituição. Do total de egressos (564), 341 participaram da pesquisa. O estudo evidenciou que o crescimento do número de cursos de PG na UFFS (2012-2021) foi de 1.600%. O tempo médio de titulação (2014-2020) foi de 24,7 meses e a evasão anual (2013-2020) foi de 6,45%. Os egressos são majoritariamente mulheres (72,1%); brancos (82,4%); com residência nos estados da região Sul (98,8%) e atuação principal em instituições públicas (61,3%).

Palavras-chave: Interiorização; Políticas de pós-graduação; UFFS.

Abstract

The study aimed to investigate the process of regionalization of postgraduate studies (PG) in Brazil from a public university located in the South region. It is Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). The trajectory of PG at an institution located in the interior of the country reveals important aspects of the process of internalization. The research was developed through document analysis and systematization of indicators available on the Sucupira Platform. In addition, a study was carried out with the institution's PG graduates. Of the total number of PG graduates (564), 341 participated in the survey. The study showed that the growth in the number of PG courses at UFFS (2012-2021) was 1,600%. The average time to obtain a degree (2014-2020) was 24.7 months and the dropout average rate (2013-2020) was 6.45%. The graduates are mostly women (72.1%); white (82.4%); living in the states of the southern region (98.8%) and main activity in public institutions (61.3%).

Keywords: Regionalization; Graduate education policies; UFFS.


 

 

Introdução

A pós-graduação (PG) brasileira tem crescido exponencialmente desde a aprovação do Parecer nº 977/CFE/1965. Naquele ano, o Brasil ofertava 38 cursos, sendo 27 mestrados e 11 doutorados (BALBACHEVSKY, 2005). Em agosto de 2021, o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) oferecia 7.054 cursos (4.553 mestrados e 2.501 doutorados), distribuídos em 4.632 programas de pós-graduação (PPG). Em 1973, a título de ilustração, o país contava com cerca de 13.500 estudantes de PG. Em 2019, eram 292.766 estudantes (BALBACHEVSKY, 2005; CAPES, 2021). A expansão da PG fica mais evidente quando tomarmos como referência os últimos 20 anos. O número de cursos de mestrado e doutorado saltou de 2.119, em 1999, para 6.924, em 2019, uma taxa anual de crescimento de cerca de 14,5%. O quantitativo de matrículas, por conseguinte, também cresceu consideravelmente. No período entre 1999 e 2019, o crescimento foi de 243,3% (cerca de 12,1% ao ano). As matrículas passaram de 85.276, em 1999, para 292.766, em 2019 (CAPES, 2021).

A expansão da PG, diferentemente do que se observa na graduação, tem sido especialmente impulsionada pelas instituições públicas. Em 2019, as IES públicas respondiam por 81,9% dos cursos de PG, sendo 58,2% ofertados por instituições federais e 23,9% pelas IES estaduais e municipais (CAPES, 2020; 2021b). Nesse mesmo ano, as instituições privadas (confessionais, comunitárias e particulares), inversamente ao que ocorreu na graduação, respondiam por 18,1% dos cursos de PG ofertados. Na graduação, em 2019, as IES privadas respondiam por 75,8% das matrículas do país (MEC/INEP, 2019).

O protagonismo e o papel exercidos pelas IES públicas devem-se, entre outras razões, a um conjunto amplo de políticas de expansão e de interiorização das instituições públicas implementadas a partir de 2003, cabendo destaque para o Programa Expandir, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o Programa Universidade para Todos (PROUNI), a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e o programa de criação de novas universidades federais.

O REUNI, em particular, introduziu um vigoroso programa de criação de novas universidades públicas federais, de abertura e interiorização de novos campi, de ampliação de vagas dos cursos já existentes, de criação de novos cursos, de contratação de docentes e de servidores técnico-administrativos, etc. (BRASIL, 2007; MEC, 2010). Entre 2007 e 2017, primeira década de existência do REUNI, foram criadas 14 novas universidades federais e mais de 100 novos campi. O número de municípios atendidos pelas universidades federais passou de 114, em 2007, para mais de 237, em 2017. Em 2003, a título de ilustração, 15 universidades federais estavam sediadas em municípios do interior (cerca de 34% de um total de 44 instituições); em 2019, das 63 universidades federais existentes, 32 estavam sediadas em municípios do interior (cerca de 50,7%) (MEC/INEP, 2003; MEC/INEP, 2019). Como destacam Vicente, Dias e Sano (2018, p. 19), o REUNI deslocou as “[...] IFES do eixo econômico e social de maior poder aquisitivo para aquelas regiões e localidades com grande densidade populacional e com baixa cobertura da rede pública de ensino superior”.

As diferentes políticas de expansão impulsionaram também o processo de interiorização. A PG foi, ainda que lentamente, rumando para o interior do país. Em 1975, mais da metade dos estados brasileiros não ofertava cursos de PG. Na época, o Estado de São Paulo ofertava 177 dos 456 cursos existentes. Na região Norte havia, em 1975, apenas um único curso em funcionamento, sediado no estado do Amazonas. Em 2020, todos os Estados brasileiros ofertavam cursos de PG (BRASIL, 2020). De acordo com os dados do Geocapes (CAPES, 2020), cerca de 64,3% das matrículas estavam concentradas na região Sudeste em 2004, contra 2% na região Norte. Em 2019, o Sudeste respondia por 47,9% e a região Norte por 5,3%. A interiorização tem se dado em termos regionais, inter e intrarregionais. Conforme dados extraídos do Geocapes (CAPES, 2021), em 2004, cerca de 73,1% dos PPG (1.329) estavam sediados nas capitais dos Estados e no Distrito Federal. Em 2019, esse percentual caiu para 53,5%. Do total de municípios no país em 2019 (5.570), 306 ofertavam PPG (CAPES, 2021; TREVISOL, BALSANELLO, DE BASTIANI, 2022).

 

Gráfico 1: Distribuição dos PPG nas capitais dos Estados, no Distrito Federal e nos municípios do interior do país

Fonte: Trevisol, Balsanello e De Bastiani (2022).

 

A problemática descrita acima motivou a realização da presente pesquisa. Tendo em vista a complexidade do tema, julgamos pertinente analisar a interiorização da PG por meio/a partir de um estudo de caso sobre a trajetória da pós-graduação em uma universidade pública federal – criada em 2009 – no contexto das políticas de expansão das IES públicas. Trata-se da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), uma IES localizada no interior da região Sul do país, nos estados do Rio Grande do Sul (três campi), Santa Catarina (Reitoria e um campus) e Paraná (dois campi). Após uma década de existência, a UFFS contava, em 2020, com 8.971 matrículas ativas em 45 cursos de graduação, 17 cursos de pós-graduação stricto sensu, dezenas de cursos de especialização, 61 residências médicas e uma residência multiprofissional. A comunidade acadêmica era formada por 789 docentes (706 docentes efetivos e 83 substitutos), 687 servidores técnico-administrativos e 51 estagiários (UFFS, 2020).

Além das características acima mencionadas, a escolha da UFFS como lócus de estudo se deve a uma outra razão não menos importante. A primeira década de existência da instituição – e da implantação da PG – coincide com o período de vigência do VI Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020). A trajetória da PG da UFFS reflete também os avanços e as lacunas decorrentes das políticas nacionais de pós-graduação implementadas no período.

A pesquisa foi desenvolvida entre agosto de 2019 e julho de 2021, por meio de três procedimentos de coleta e análise dos dados: (i) análise das políticas nacionais de pós-graduação, assim como das diretrizes institucionais definidas pela UFFS no período entre 2010 e 2020; (ii) sistematização dos dados referentes à expansão da PG na UFFS (realizado a partir do Geocapes, da Plataforma Sucupira e das bases da UFFS) e (iii) realização de um estudo (survey) com os egressos da PG da UFFS no período entre 2014 (ano em que ocorreu a defesa da primeira dissertação) e dezembro de 2019. Do total de egressos do período (564 ao todo), 341 aceitaram fazer parte da pesquisa (60,5% do total). O levantamento dos dados foi realizado por meio de um questionário disponibilizado de forma online aos participantes. As informações foram exportadas para o Statistical Product and Service Solutions (SPSS). A pesquisa foi conduzida em estrita observância aos princípios que orientam a ética em pesquisa, mediante a devida aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFFS (Protocolo nº 30757620.9.0000.5564).

 

A Pós-Graduação no Brasil: breve contextualização histórica

Os primeiros cursos de PG foram instalados no contexto da implantação das primeiras universidades brasileiras, sobretudo a partir da criação da Universidade do Rio de Janeiro (em 1920, atual UFRJ), da Universidade de Minas Gerais (em 1927, atual UFMG), da Universidade de São Paulo (em 1934) e da Universidade do Distrito Federal (em 1937, extinta em 1939 e incorporada à Universidade do Brasil, hoje UFRJ). A trajetória da PG no país se confunde, portanto, com o processo de criação das universidades. A relação entre ambas é tão estreita que, após décadas, o segmento das instituições de educação superior (IES) denominadas universidades ofertava, em 2019, cerca de 86,4% dos programas de pós-graduação (PPG) (CAPES, 2021c). O caráter tardio da universidade brasileira (CUNHA, 2007) comprometeu a implementação da PG, a institucionalização da pesquisa e a formação de pesquisadores no país.

Em 1965, ano da aprovação do Parecer 977/64, o país contava com apenas 38 cursos de pós-graduação (27 mestrados e 11 doutorados) (BALBACHEVSKI, 2005). O Parecer Sucupira, como assim é conhecido, pode ser considerado o “texto fundador da pós-graduação sistemática” (CURY, 2005, p. 18). Ele deu início ao processo de institucionalização dos estudos pós-graduados no Brasil. O documento procurou sanar as históricas lacunas presentes na legislação educacional, decorrentes de imprecisões, equívocos e falta de clareza quanto à natureza, fins, objetivos e estrutura da PG (CURY, 2005; SAVIANI, 2000).

O Parecer Sucupira desencadeou diversas dinâmicas na pós-graduação, sobretudo no que tange à expansão. Em dez anos, o número de cursos passou de 38 em 1965, para 578 (429 cursos de mestrado e 149 de doutorado) em 1975, um crescimento aproximado de 1.421% (BALBACHEVSKI, 2005). A expansão tem se dado de forma contínua. Em 2019, eram 6.924 cursos (organizados em 4.570 programas), sendo 4.489 mestrados e 2.435 doutorados (CAPES, 2020).

O gráfico abaixo oferece um conjunto de dados que permite dimensionar a expansão do SNPG no período entre 1995[3] e 2019.

 

Gráfico 2: Crescimento dos cursos de pós-graduação entre 1995 e 2019, por modalidade

Fonte: elaborado pelos autores, com base em informações do VI PNPG (CAPES, 2011) do Geocapes (CAPES, 2020).

 

            Os mestrados acadêmicos respondiam, em 2019, por cerca de 52,9% do total; os doutorados acadêmicos por 34,8% e os mestrados profissionais por 11,9%. Os cursos de mestrado e de doutorado profissionais são recentes. O primeiro mestrado profissional foi criado em 1998 e o primeiro doutorado profissional[4] em 2018 (CAPES, 2011; CAPES, 2020). Os mestrados profissionais são os que apresentam as maiores taxas de crescimento. Nos últimos 20 anos, a modalidade passou de 28 cursos, em 1999, para 826, em 2019 (crescimento de cerca de 2.850% no período). O crescimento dos mestrados acadêmicos foi de cerca de 179,6% e o dos de doutorado acadêmico de 208,5%.

De acordo com os dados, o setor público tem sido o principal responsável pela expansão (IES federais e estaduais). Conforme dados do Geocapes (CAPES, 2020), em 2019 cerca de 81,9% dos PPG eram públicos (58,2% sediados em IES federais e 23,9% em IES estaduais). Nesse mesmo ano, o segmento das IES privadas respondia por 18,1% dos PPG.

Como consequência da expansão do quantitativo de cursos de PG pelo país, o número de matrículas e titulações também cresceu de forma expressiva ao longo dos anos. Estima-se que em 1973 o país tinha cerca de 13.500 matrículas em cursos de PG e – até aquele ano – aproximadamente 3.500 mestres e 500 doutores (CAPES, 1974). Alguns anos depois, em 1985, o país titulou cerca de 4.600 estudantes de pós-graduação (4.000 mestres e 600 doutores) (CAPES, 1986). Entre 1995 e 2019, o número de matriculados passou de 70.026 para 292.766 (aumento de cerca de 318,1%) e de titulados passou de 11.511 para 94.503 (crescimento de 720,9%).

O gráfico a seguir mostra a evolução das matrículas e de titulações entre 1995 e 2019[5].

 

Gráfico 3: Crescimento das matrículas e titulações na PG entre 1995 e 2019

Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados do VI PNPG (CAPES, 2011) e nas informações extraídas do Geocapes (CAPES, 2020).

 

            Na tabela a seguir, é possível observar a evolução das matrículas e titulações por modalidade de curso. Em 2019, havia 130.471 estudantes matriculados em cursos de mestrado; 118.022 em cursos de doutorado e 43.825 em cursos de mestrado profissional. No mesmo ano, o país titulou 54.131 mestres, 24.422 doutores e 15.940 mestres profissionais, atingindo assim a meta 14 do Plano Nacional de Educação 2014-2024, cujo objetivo era titular, em 2024, 60 mil mestres e 25 mil doutores.

 

Tabela 1 - Expansão das matrículas e titulações da PG, por modalidade, entre 1995 e 2019

 

Mestrado Acadêmico

Doutorado Acadêmico

Mestrado Prof.

Doutorado Prof.

Total Mat.

Total Tit.

Ano

Mat.

Tit.

Mat.

Tit.

Mat.

Tit.

Mat.

Tit.

 

 

1995

48.905

9.234

21.121

2.277

-

-

-

-

70.026

11.511

1999

54.792

14.938

29.895

4.831

589

43

-

-

85.276

19.812

2003

66.951

25.997

40.213

8.094

5.065

1.652

-

-

112.229

35.743

2007

84.356

30.559

49.667

9.915

7.638

2.331

-

-

141.661

42.805

2011

105.240

39.544

71.890

12.321

12.505

3.689

-

-

189.635

55.554

2015

120.050

47.644

102.207

18.996

28.384

9.023

-

-

250.641

75.663

2019

130.471

54.131

118.022

24.422

43.825

15.940

348

10

292.766

94.503

Fonte: elaborada pelos autores, com base nas informações do VI PNPG (CAPES, 2011) e do Geocapes (CAPES, 2020).

OBS: Mat. = matrículas; Tit. = titulações; Prof.=profissional.

 

No que diz respeito aos mestrados profissionais, cabe destaque também para o crescimento ocorrido a partir de 2011, com o aumento de mais de três vezes o número de matrículas (entre 2011 a 2019 houve um crescimento aproximado de 250,5%) e cerca de quatro vezes o número de titulações (aumento de cerca de 332,1%).

As políticas implementadas ao longo do decênio 2010-2020 promoveram um significativo crescimento no Sistema Nacional de Pós-Graduação. A taxa média de expansão no período foi de aproximadamente 10% ao ano. O número de PPG passou de 2.356 em 2010, para 4.559, em 2020. As matrículas, por conseguinte, passaram de 173.412 em 2010, para 305.647, em 2020. Houve também um crescimento do número de bolsas de mestrado e doutorado, de 55.298, em 2010, para 89.607 em 2020 (CAPES, 2020). Em virtude dessa expansão, as metas de formação de mestres e doutores estabelecidas pelo PNPG foram praticamente atingidas. Em 2020, o SNPG formou 60.039 mestres e 20.075 doutores (CAPES, 2020). Atualmente o Brasil forma uma média de 7,6 doutores por 100 mil habitantes (CAPES, 2020c). A despeito da expansão, a média brasileira continua abaixo dos percentuais verificados em países desenvolvidos como Reino Unido (41), Portugal (39,7) e Estados Unidos (20,6).

Tendo em vista o tamanho da população, a média de 7,6 doutores para cada 100 mil habitantes é insuficiente para atender as necessidades do país. O Brasil precisa, nesse sentido, continuar investindo na formação qualificada de recursos humanos. De acordo com o Relatório 2019 da Comissão Especial de Acompanhamento do PNPG 2011-2020, o tamanho do sistema precisa ser ampliado significativamente para atingir os níveis dos países que compõem a OCDE:

[...] há assimetrias regionais, apesar do sistema estar distribuído por todo o território nacional. De fato, excetuando-se os grandes centros, o Sistema não está adequadamente capilarizado, deixando amplos espaços sociogeográficos sem provedores locais de capacitação em nível de pós-graduação (CAPES, 2020c, p. 3).

 

A Pós-Graduação na UFFS

A PG começou a ser concebida logo após o início do processo de implantação da UFFS, em 2010. A I Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão (I COEPE), realizada entre junho e setembro de 2010, teve papel central na definição das políticas institucionais do ensino, da pesquisa e da extensão. Após o término da I COEPE, foi realizado, em setembro de 2020, um seminário intitulado “Plano de Desenvolvimento da Pós-Graduação Stricto Sensu da UFFS”. Neste evento, a comunidade acadêmica debateu e aprovou um documento preliminar contendo as principais diretrizes, áreas prioritárias e ações destinadas ao desenvolvimento da PG. Na ocasião foram definidas as cinco áreas prioritárias que deveriam orientar a elaboração dos primeiros PPG: (i) Agricultura Familiar e Agroecologia, (ii) Educação Básica e Formação de Professores, (iii) Meio Ambiente e Sustentabilidade, (iv) Gestão e (v) Saúde (TREVISOL, 2015).

Esse conjunto de discussões deu origem às principais políticas e normativas institucionais de PG, cabendo destaque para a Política (Res. nº 7/2013-CONSUNI/CPPG) e o Regulamento Geral da Pós-Graduação (Res. nº 2/2012-CONSUNI/CPPG).

 

Os cursos implantados

O primeiro projeto (APCN), modalidade mestrado acadêmico, foi submetido e recomendado pela CAPES em 2011 (Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos). Entre 2011 e 2021, foram implantados 17 cursos de pós-graduação, sendo 16 mestrados e 1 doutorado. Por se tratar de uma universidade nova, o percentual de crescimento no período entre 2012 e 2021 foi de 1.600%. O quadro a seguir relaciona os cursos de pós-graduação implantados na instituição de acordo com as áreas prioritárias de atuação da UFFS.

 

Quadro 1: Áreas estratégicas e cursos de PG implantados na UFFS entre 2010 e 2021

Áreas

Estratégicas

Curso

Campus

Ano de implantação

      Área de

     Avaliação

 

 

Agricultura Familiar e Agroecologia

Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural (PPGADR)

Laranjeiras do Sul

2013

Interdisciplinar

Mestrado em Ciência Tecnologia de Alimentos (PPGCTAL)

Laranjeiras do Sul

2016

Ciência de Alimentos

Mestrado em Saúde, Bem-estar e Produção Animal Sustentável na Fronteira Sul (PPG-SBPAS)

Realeza

2017

Veterinária

 

 

 

 

 

 

Educação Básica e Formação de Professores

 

Mestrado em Estudo Linguísticos (PPGEL)

Chapecó

2012

Linguística e Literatura

Mestrado em Educação (PPGE)

Chapecó

2013

Educação

Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH)

Erechim

2015

Interdisciplinar

Mestrado Profissional em Educação (PPGPE)

Erechim

2015

Educação

Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT)

Chapecó

2015 (na UFFS)

Matemática (PROFMAT)

Mestrado em História (PPGH)

Chapecó

2016

História

Mestrado em Ensino de Ciências (PPGEC)

Cerro Largo

2019

Ensino

Mestrado em Filosofia (PPGFIL)

Chapecó

2019

Filosofia

Mestrado em Geografia (PPGGeo)

Chapecó e Erechim

2019

Geografia

Doutorado em Estudos Linguísticos (PPGEL)

Chapecó

2021

Linguística e      Literatura

 

Meio Ambiente e sustentabilidade

 

Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA)

Erechim

2013

Ciências Ambientais

Mestrado em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis (PPGATS)

Cerro Largo

2016

Ciências Ambientais

Gestão

Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas (PPGDPP)

Cerro Largo

        2015

 Interdisciplinar

Saúde

Mestrado em Ciências Biomédicas (PPGCB)

Chapecó

2020

Medicina II

Fonte: elaborado pelos autores com base em dados extraídos da Plataforma Sucupira (CAPES, 2020d).

 

Dos 17 cursos de PG implantados no período, 10 estão vinculados à grande área das ciências humanas e sociais. A maioria possui vínculos diretos ou indiretos com as licenciaturas e o campo da formação de professores. Além dos cursos regulares elencados acima, cabe mencionar a implantação de dois cursos de doutorados interinstitucionais (DINTER) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e com a Universidade Federal de Santa Catarina.

 

Quadro 2: Programas de Doutorado Interinstitucionais implantados pela UFFS

Programas

IES

Campus

Ano de aprovação

Ano de início

Doutorado Interinstitucional em Educação Científica e Tecnológica

UFSC-UFFS

Chapecó

2015

2015

Doutorado Interinstitucional em Arquitetura e Urbanismo

UFRJ-UFFS

Erechim

2015

2015

Fonte: PROPEPG/UFFS 2018.

 

O gráfico abaixo evidencia o processo de implantação dos cursos de PG entre 2011 e 2021 (exceto os doutorados interinstitucionais).

 

Gráfico 4: Expansão no número de cursos de PG na UFFS entre 2011 e 2021, por modalidade

Fonte: elaborado pelos autores com base em UFFS (UFFS, 2021) e nos dados extraídos da Plataforma Sucupira (CAPES, 2020d).

 

Relação candidato/vaga

A demanda pelas vagas tem apresentado oscilações ao longo dos anos. Nos primeiros anos, o número de inscritos nos processos seletivos foi maior. Nos últimos anos, especialmente a partir de 2017, a demanda estabilizou. O gráfico a seguir evidencia a relação candidato/vaga nos PPG da UFFS no período entre 2015 e 2020.

 

Gráfico 5: Relação candidato/vaga nos cursos de PG da UFFS no período entre 2015 e 2020

Fonte: elaborado pelos autores, com base nos editais de ingresso e de homologação das inscrições.

 

Os PPGE, PPGDPP, PROFMAT e PPGPE foram os que apresentaram a maior demanda no período. A tabela a seguir apresenta a relação candidato/vaga em cada um dos cursos de PG da UFFS entre 2015 e 2020.

 

Tabela 2: Relação candidato/vaga em cada curso de PG da UFFS entre 2015 e 2020

Cursos

Relação candidato/vaga

2015

2016

2017

2018

2019

2020

PPGEL

1,9

2,3

2,5

1,7

1,4

1,6

PPGE

11,1

8,9

10,5

7,6

6,5

7,6

PPGADR

2,5

3,7

3,5

2,7

1,8

2,0

PPGCTA

4,6

4,9

3,9

3,1

2,6

2,5

PPGDPP

15,2

8,9

6,8

9,1

7,5

6,8

PPGICH

6,5

4,5

3,7

5,1

3,0

7,1

PPGPE

7,4

6,4

6,2

6,4

4,0

7,0

PROFMAT

11,7

6,5

4,9

5,4

4,4

Não houve entrada

PPGATS

-

5,8

4,8

3,6

2,9

3,1

PPGCTAL

-

5,5

1,0

2,5

1,0

1,6

PPGH

-

3,7

2,6

2,6

2,9

2,9

PPG-SBPAS

-

-

1,6

1,2

0,6

0,8

PPGEC

-

-

-

-

5,4

3,0

PPGFIL

-

-

-

-

2,0

2,1

PPGGeo

-

-

-

-

2,5

1,9

PPGCB

-

-

-

-

 

2,9

Total

7,2

5,5

4,4

4,3

3,2

3,7

 

Fonte: elaborada pelos autores, com base nos editais de ingresso e de homologação das inscrições.

Observação: o símbolo “-” na tabela indica que o respectivo curso não se encontrava em funcionamento.

 

Matrículas e titulações

Os quantitativos de matrículas[6] e de titulações[7] foram crescendo ao longo dos anos à medida da criação de novos PPG. Em 2012, a UFFS contava com apenas 13 estudantes matriculados em PPG, todos vinculados ao PPGEL (único curso ofertado na instituição). Como é possível observar no gráfico a seguir, enquanto que o total de matriculados era de 13 em 2012, o quantitativo passou para 527 em 2020, um crescimento aproximado de 3.953,8%. Similar crescimento também se observa quanto ao número de titulações. Até o término de 2020, os PPG da UFFS haviam formado 715 estudantes de PG, apresentando um crescimento de cerca de 504% entre 2014 (ano em que ocorreu as primeiras titulações) e 2020. O gráfico a seguir apresenta a evolução do número de matrículas e titulações nos cursos de PG da UFFS.

 

Gráfico 6: Matrículas e titulações nos cursos de PG da UFFS entre 2012 e 2020

Fonte: elaborado pelos autores, a partir das informações coletadas no Geocapes (CAPES, 2021) e na Plataforma Sucupira (CAPES, 2021a).

 

 

A tabela abaixo apresenta o quantitativo de titulações por curso. O PPGE, PPGEL e PPGCTA são os cursos que formaram o maior número de egressos.

 

Tabela 3: Titulações nos cursos de PG da UFFS entre 2014 a 2020, por curso

Curso

Titulações

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Total

PPGEL (mestrado)

25

4

13

16

8

19

13

98

PPGE

0

19

20

19

19

19

16

112

PPGADR

0

0

20

18

14

11

8

71

PPGCTA

0

3

16

18

17

14

12

80

PPGICH

-

0

0

12

22

8

14

56

PPGPE

-

0

0

18

17

22

15

72

PROFMAT

-

0

1

4

9

5

4

23

PPGDPP

-

0

0

17

15

12

14

58

PPGATS

-

-

0

2

12

17

13

44

PPGCTAL

-

-

0

0

11

9

8

28

PPGH

-

-

0

0

13

16

13

42

PPG-SBPAS

-

-

-

0

0

10

16

26

PPGEC

-

-

-

-

-

0

5

5

PPGFIL

-

-

-

-

-

0

0

0

PPGGeo

-

-

-

-

-

0

0

0

PPGCB

-

-

-

-

-

-

0

0

Total de titulações

25

26

70

124

157

162

151

715

Fonte: elaborado pelos autores, a partir das informações coletadas no Geocapes (CAPES, 2021) e na Plataforma Sucupira (CAPES, 2021a).

 

Tempo médio de titulação

Outra dimensão estreitamente relacionada às titulações é o tempo médio despendido pelos estudantes até a conclusão dos cursos. Cerca de 37,4% dos estudantes finalizaram seus cursos antes de completar 24 meses; 42,7% entre 24 e 27 meses e 19,9% entre 28 e 30 meses. O tempo de titulação na UFFS é de 24,7 meses, uma média ligeiramente inferior à região Sul e ao verificado nacionalmente. De acordo com os dados da CAPES (CAPES, 2020a), referentes ao ano de 2018, o tempo médio de titulação nos cursos de mestrado do país era de 25,9 meses. Na região Sul, o tempo médio era de 25,1 meses.

 

Gráfico 7: Tempo médio de titulação dos estudantes da PG da UFFS (2014-2020)

Fonte: elaborado pelos autores a partir das informações extraídas da base de dados da Plataforma Sucupira (CAPES, 2021a).

 

O PPGEC é o programa que apresenta a menor média de tempo de titulação (o programa iniciou suas atividades no ano de 2017). O PROFMAT é o que apresenta a maior média de tempo. O gráfico a seguir demonstra o tempo médio de titulação de cada um dos cursos de PG da UFFS.

 

Gráfico 8: Tempo médio de titulação por curso no período 2014-2020 (em meses)

Fonte: elaborado pelos autores, com base na base de dados da Plataforma Sucupiras (CAPES, 2021a).

 

Corpo docente

Com a oferta de mais PPG ao longo dos anos, evidenciou-se um crescimento constante do quantitativo de docentes da UFFS com atuação na PG. No ano de 2020, cerca de 32,3% do total de docentes da UFFS estavam vinculados a PPG. O gráfico a seguir destaca o crescente aumento de docentes na PG da UFFS.

 

Gráfico 9: Quantitativo de docentes atuando nos PPG da UFFS, por ano

Fonte: elaborado pelos autores com base em dados do Geocapes (CAPES, 2021) e da Plataforma Sucupira (CAPES, 2021a).

 

Ações Afirmativas

Os estudantes de pós-graduação da UFFS são majoritariamente brancos (82,4%), seguidos por 15,8% autodeclarados negros (13,2% pardos e 2,6% pretos) e 0,6% indígenas (BALSANELLO, 2021). Tendo em vista esse contexto e atendendo às diretrizes estabelecidas pela Portaria Normativa Nº 13/MEC/2016, foi criada uma política específica de ações afirmativas para a pós-graduação em 2017 (Resolução nº 08/2017-CONSUNI/CPPGEC). Os artigos 4º, 7º e 9º estabelecem que os cursos de pós-graduação (lato e stricto sensu) deviam reservar 2 (duas) vagas para candidatos indígenas; 1 (uma) vaga para candidatos com deficiência e 1 (uma) vaga para candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) (UFFS, 2017). Em 2020, a referida política foi revista e ampliada, incluindo, além do acesso, a questão da permanência para candidatos indígenas, pessoas com deficiência e candidatos negros (Resolução nº 35/2020-CONSUNI/CPPGEC).

Com base nessas resoluções, os PPG implementaram as suas políticas de ações afirmativas. De acordo com a pesquisa realizada, 10 estudantes autodeclarados negros (pretos e pardos) e indígenas ingressaram nos PPG no período de vigência das políticas de ações afirmativas (2017 a 2020) (UFFS/PROPEPG, 2021a). No período não consta registro de ingresso de estudantes com deficiência. Até o ano de 2020, do total de ingressantes (10 ao todo), 4 haviam concluído o curso (3 indígenas e 1 negro), 2 desistiram (1 indígena e 1 negro) e os demais encontravam-se realizando o curso (UFFS/PROPEPG, 2021a). O reduzido número de ingressantes cotistas se deve, entre outras razões, ao baixo número de candidatos inscritos nas vagas destinadas às ações afirmativas e, em segundo lugar, ao insuficiente desempenho dos candidatos nos editais dos processos seletivos de ingresso.

 

Bolsas

A maior parte dos estudantes tem realizado os seus cursos sem bolsa. De acordo com a pesquisa com os egressos da PG da UFFS, 71,6% afirmaram não ter recebido qualquer modalidade de bolsa durante a realização do curso (BALSANELLO, 2021). A CAPES é a principal agência de concessão de bolsas, seguida pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina, Fundação Araucária e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2020, a UFFS recebeu 51 cotas de bolsas da CAPES para um total de 527 estudantes de PG (CAPES, 2021), concessão correspondente a cerca de 9,7% do total de estudantes matriculados. O percentual de estudantes da PG da UFFS contemplados com bolsas da CAPES é menor que a média nacional. De acordo com os dados disponíveis no Geocapes, cerca de 19,9% dos estudantes matriculados em PG no país recebiam, em 2019, bolsas da CAPES (CAPES, 2021).

A pesquisa evidenciou, em terceiro lugar, uma reduzida quantidade de bolsas disponibilizadas aos estudantes dos PPG da UFFS. Em 2015, a CAPES disponibilizou 39 bolsas para um total de 202 matriculados (19,3%); em 2020 foram 51 bolsas para um total de 527 (9,7% do total de matrículas) (CAPES, 2021).

 

Evasão

A evasão na UFFS (desistências e cancelamentos) é baixa. No período entre 2013 e 2020, a taxa média anual foi de 6,45%. Do total de 1.057 estudantes de PG matriculados no período entre 2012 e 2020, apenas 94 não concluíram os seus cursos. O desempenho positivo da PG fica mais evidente quando comparado aos dados de evasão dos cursos de graduação. Pesquisa recente demonstrou que a evasão média anual nos cursos de graduação da UFFS foi de 51,3% no período entre 2010 e 2020 (VIDI, 2020). A evasão nos cursos de PG da UFFS também é significativamente inferior ao verificado em âmbito nacional. De acordo com o estudo de Fernandes et al. (2017), desenvolvido a partir da base de dados da Plataforma Sucupira, a média nacional de evasão da PG no período entre 2015 e 2016 foi de 30,6%. O gráfico abaixo ilustra a evasão nos cursos de PG na UFFS entre 2013 e 2020.

 

Gráfico 10: A evasão[8] nos PPG da UFFS no período entre 2013 e 2020

Fonte: elaborado pelos autores com base em dados da Coleta Capes (CAPES, 2021a).

 

O curso de PG da UFFS que apresenta o maior percentual de evasão é o PROFMAT (cerca de 26,6% do total de evadidos da UFFS). A evasão do curso se deve, entre outras razões, ao expressivo número de estudantes que não atendem as exigências estabelecidas pelo Exame Nacional de Qualificação (ENQ). O ENQ é uma avaliação obrigatória que versa sobre o conteúdo das quatro primeiras disciplinas obrigatórias do curso. A não aprovação no referido exame implica no desligamento do estudante (PROFMAT, 2016). A tabela a seguir apresenta os percentuais de evasão de cada um dos cursos de PG da UFFS.

 

Tabela 4: A evasão nos cursos de PG da UFFS entre 2013 e 2020 (em %)

Curso

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Média

PPGEL (mestrado)

14,3

8,3

8,3

7,1

0,0

0,0

0,0

4,3

5,3

PPGE

0,0

5,0

0,0

0,0

5,0

10,0

0,0

12,5

4,1

PPGADR

-

0,0

0,0

12,5

6,3

5,6

11,1

_*

5,9

PPGCTA

-

5,0

5,0

10,0

44,4

0,0

10,0

30,4

15,0

PPGICH

-

-

0,0

5,0

0,0

0,0

15,0

15,0

5,8

PPGPE

-

-

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

PROFMAT

-

-

85,7

10,0

8,3

33,3

100,0

0,0

39,6

PPGDPP

-

-

0,0

0,0

13,3

0,0

0,0

0,0

2,2

PPGATS

-

-

-

0,0

6,7

0,0

0,0

6,7

2,7

PPGCTAL

-

-

-

0,0

22,2

0,0

85,7

0,0

21,6

PPGH

-

-

-

0,0

0,0

0,0

13,3

0,0

2,7

PPG-SBPAS

-

-

-

-

9,1

0,0

38,5

10,0

14,4

PPGEC

-

-

-

-

-

-

0,0

0,0

0,0

PPGFIL

-

-

-

-

-

-

0,0

0,0

0,0

PPGGeo

-

-

-

-

-

-

0,0

0,0

0,0

PPGCB

-

-

-

-

-

-

0,0

0,0

0,0

Fonte: elaborado pelos autores, com base em dados da Coleta Capes (CAPES, 2020b) e Relatório Integrado (UFFS, 2021).

Observação: o termo “-*” indica a impossibilidade de cálculo da evasão, tendo em vista que não houve matrículas no curso no ano de 2020 (calendário suspenso devido à pandemia COVID-19).

 

Avaliação

O gráfico abaixo apresenta um comparativo entre os conceitos dos PPG na avaliação quadrienal 2013-2016 e na avaliação quadrienal 2017-2020, atribuídos através dos processos de avaliação realizados pela CAPES. Na avaliação mais recente, que compreendeu o período de 2017 a 2020, metade dos programas ofertados (8) apresentaram o conceito 4 (50%).  Evidencia-se uma significativa melhora nos conceitos atribuídos aos PPG da UFFS na última avaliação.

 

Gráfico 11: Comparativo dos conceitos atribuídos pela CAPES aos PPG da UFFS

Fonte: elaborado pelos autores a partir das informações extraídas da Plataforma Sucupira (CAPES, 2021a) e em UFFS (2022).

 

Os egressos

A formação de mestres e doutores é uma dimensão fundamental da PG. Os dados sobre o perfil dos egressos – quem são, onde estão e o que fazem os estudantes formados – ajudam a compreender como as políticas de expansão vêm sendo apropriadas pelos principais beneficiários dos investimentos que o país têm feito nas áreas de pesquisa e pós-graduação. Por se tratar de uma IES pública federal localizada no interior do país, a análise do perfil dos egressos da UFFS revela aspectos importantes do processo de interiorização da pós-graduação.

A pesquisa evidenciou, entre outros aspectos, que os egressos da UFFS são majoritariamente mulheres (72,1%), brancos (82,4%), com idade de até 35 anos (66,9%), residentes nas áreas urbanas (91,8%), nos estados da região Sul (98,8%), oriundos da escola pública (86,5%) e graduados em IES privadas (55,2%). Na UFFS, a presença feminina na pós-graduação é superior à verificada na região Sul e em âmbito nacional. De acordo com dados da CAPES (CAPES, 2020a), as mulheres respondiam, em 2018, a 54,2% em âmbito nacional e 57,1% na região Sul.

De acordo com a pesquisa, a pós-graduação na UFFS é uma modalidade de formação frequentada majoritariamente por brancos (82,4% do total). O percentual de autodeclarados brancos é um pouco menor do registrado na região Sul (90,1%) e superior ao constatado em âmbito nacional (70,3%) (CAPES, 2020a). Na UFFS, os pretos e os pardos correspondem a 15,8% e os indígenas a 0,6%.

 

Quadro 3: O perfil dos egressos da PG da UFFS

Sexo

As mulheres respondem por 72,1% dos egressos. São maioria em 8 dos 12 PPG estudados. Os homens são maioria em apenas três: PPG-SBPAS (71,4%); PROFMAT (54,5%) e PPGH (54,5%).

Idade

A maioria (66,9%) concluiu o curso até os 35 anos, sendo 43,7% até os 30 anos e 23,2% entre 31 e 35 anos de idade. 24,7% finalizou o curso entre 36 e 45 anos. Apenas 8,5% dos egressos declararam ter acima de 46 anos no momento da defesa.

Estado civil

A maior parcela é casada (40,7%) e solteira (36,1%). 17,5% se declarou em união estável; 4,1% divorciada/separada e 1,5% declarou estar em outra situação.

Identificação étnico-racial

82,4% dos egressos declararam-se brancos; 13,2% pardos; 2,6% pretos; 0,6% amarelos; 0,6% indígenas e; 0,6% declararam pertencer a outra condição étnico-racial.

Residência

A maioria (98,8%) é residente nos estados da região Sul. Apenas 4 egressos declararam residir em São Paulo (SP), na Bahia (BA), no Pará (PA) e no Mato Grosso do Sul (MS). A área urbana é o local de residência de cerca de 91,8% dos estudantes.

Formação de nível médio

86,5% dos egressos informaram ter frequentado o ensino médio em instituições públicas. O ensino médio público é preponderante em todos os programas estudados.

Formação de nível superior

55,2% dos egressos afirmaram ter realizado a graduação em instituições privadas, em IES comunitárias (30,2%), particulares (23,8%) e confessionais (1,2%). Cerca de 44,8% realizaram o curso de graduação em instituições públicas.

Fonte: elaborado pelos autores a partir do questionário respondido pelos egressos.

 

De acordo com o estudo realizado, 74,8% dos egressos da UFFS declaram ter trabalhado durante o curso, contra 25,2% que realizaram o curso com dedicação integral aos estudos. Indagados sobre a média de horas semanais trabalhadas no período da realização do curso, 32,8% declararam ter trabalhado em regime integral (40 ou 44 horas semanais); 23,5% informaram ter trabalhado em regime de até 30 horas semanais; 13,8% até 20 horas semanais e; 4,7% em regime de até 10 horas semanais.

A maioria dos egressos da UFFS tem vínculo empregatício com as instituições públicas (61,3%). A expressiva presença de egressos nas instituições públicas deve-se, em grande parte, ao significativo número de PPG nas áreas das ciências humanas, particularmente no campo da educação (dos 16 PPG, 09 são da área de educação). Uma parcela significativa atua como docentes e servidores nas redes públicas de educação básica e superior.

 

Gráfico 12: Vínculo empregatício dos egressos dos PPG da UFFS

Fonte: elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa desenvolvida com os egressos.

 

No que tange à remuneração, 63,1% dos egressos afirmaram que o curso realizado proporcionou algum incremento salarial. Metade deles (49,9%) declararam ter remuneração acima de R$ 4.000,00 ao mês. Como é possível visualizar no gráfico a seguir, apenas 4,1% afirmaram não possuir remuneração no momento da pesquisa.

 

Gráfico 13: Remuneração mensal média dos egressos dos PPG da UFFS

Fonte: elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa desenvolvida com os egressos.

 

A gratuidade dos cursos foi um fator amplamente destacado pelos egressos quando indagados sobre as motivações que os levaram a realizar a PG na UFFS. Por se tratar de uma questão de múltipla escolha, 295 egressos (de um total de 341) citaram a gratuidade como a principal razão da escolha. O segundo fator mais citado (283 egressos) foi o interesse pela formação acadêmica e científica especializada.

A pesquisa revelou também que estudantes da PG da UFFS são regionalizados. Eles residem majoritariamente na região Sul do país (98,8%). Além disso, são provenientes dos municípios e das microrregiões lindeiras ao campus onde os PPG são ofertados.

 

Tabela 5: Local de residência dos egressos da UFFS, por Estados e PPG

Estados de oferta

PPG

Estados de residência

 PR

 RS

 SC

Outros Estados

Paraná

PPG-SBPAS

42,9%

14,3%

28,6%

14,3%

PPGADR

81,3%

9,4%

6,3%

3,1%

PPGCTAL

87,5%

12,5%

_

_

Santa Catarina

 PROFMAT

0,0%

9,1%

90,9%

_

 PPGH

4,5%

9,1%

86,4%

_

 PPGEL

6,0%

12,0%

82,0%

_

PPGE

5,4%

25,7%

68,9%

_

Rio Grande do Sul

PPGICH

3,6%

67,9%

28,6%

_

PPGDPP

3,8%

96,2%

_

_

 PPGCTA

3,2%

67,7%

29,0%

_

PPGATS

0,0%

93,8%

_

6,3%

PPGPE

_

86,1%

11,1%

2,8%

Fonte: elaborado pelos autores a partir dos resultados da pesquisa desenvolvida com os egressos.

 Como evidenciado acima, a demanda tem um forte traço regional. As vagas são majoritariamente ocupadas pelos estudantes que residem no Estado onde o campus está instalado.

 

Considerações Finais

Como destacado anteriormente, o período de tempo analisado neste artigo coincide com a década de vigência do VI Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). Essa coincidência não é mero acaso. Ela é relevante e vai muito além dos aspectos cronológicos. Há estreitas correlações entre a experiência institucional estudada e as políticas nacionais de expansão estabelecidas pelo VI PNPG para o decênio 2011-2020. A análise das dinâmicas de desenvolvimento da PG da UFFS permite compreender – além das especificidades institucionais – alguns aspectos importantes do processo de interiorização. Em virtude de ter sido criada recentemente, a IES estudada reflete, entre outros aspectos, os principais avanços, as fragilidades e os desafios que perpassam as políticas recentes de expansão da PG brasileira.

O estudo evidenciou, em primeiro lugar, que o crescimento do número de cursos de PG na UFFS foi muito superior ao verificado em âmbito nacional. Enquanto a média nacional foi de cerca de 14,4% ao ano no período 2011-2020, na UFFS o percentual foi de aproximadamente 166%. Na IES estudada, a expansão se concentrou, no entanto, na modalidade mestrado acadêmico (cerca de 82,5% do total). No período foram implementados 14 mestrados acadêmicos, dois mestrados profissionais (um em rede nacional) e um doutorado. O significativo crescimento da modalidade mestrado e a reduzida expansão dos cursos de doutorado evidenciam os desafios que cercam a implantação da pós-graduação stricto sensu nos seus dois níveis acadêmicos (mestrado e doutorado), especialmente as dificuldades para consolidar a liderança científica do corpo docente, implantar uma adequada infraestrutura de pesquisa e ampliar a inserção dos PPG em âmbito nacional e internacional. Os primeiros dez anos de existência da PG na UFFS podem ser definidos, neste sentido, como a década da implantação dos mestrados acadêmicos.

A demanda é o segundo aspecto relevante evidenciado pela pesquisa. A procura pelos PPG ofertados pela UFFS tem sido significativa ao longo dos anos. No período entre 2015 e 2020, a média anual foi de 4,7 candidato/vaga. A significativa e estável procura ao longo dos anos demostra a pertinência dos cursos para os diferentes campos de formação e exercício profissional. A relação candidato/vaga varia consideravelmente entre os cursos e áreas, cabendo destaque para a alta demanda apresentada pelos PPG da área de educação. O mestrado acadêmico em educação (PPGE), em funcionamento desde 2013, é o curso que apresentou o maior número de inscritos nos processos seletivos realizados entre 2013 e 2020, uma média anual de 10,9 candidato/vaga (PPGE, 2021). A procura pelos cursos evidencia a existência de uma demanda estável e reprimida, decorrente, em parte, da histórica ausência de PPG na região de abrangência da UFFS.

O estudo evidenciou, em terceiro lugar, que as políticas nacionais de interiorização trouxeram para a universidade estudantes que residem nos municípios e nas microrregiões próximas ao campus onde os PPG são ofertados. De acordo com o estudo, cerca de 98,8% residem na região Sul do país. O perfil “regional” dos estudantes tem uma relação estreita com o mundo do trabalho. A maioria possui vínculo empregatício, sendo 61,3% em instituições públicas; 15,5% atuam em instituições privadas; 3,8% são proprietários ou sócios de empresas; 1,5% são agricultores; 5,3% declararam exercer outras atividades profissionais e 2,9% afirmaram estar desempregados no momento da realização da pesquisa. Apenas 9,7% declararam ser apenas estudantes.

A pesquisa mostrou, por fim, que ao longo dos anos cresceu o desequilíbrio entre a expansão e o financiamento. Em 2015, cerca de 19,3% dos estudantes de pós-graduação da UFFS recebiam bolsas da CAPES (39 bolsas para um total de 202 matriculados). Em 2020 – em virtude do crescimento do número de cursos e matrículas – o percentual de cobertura caiu para 9,7% (51 bolsas para um total de 527 estudantes) (BALSANELLO, 2021; CAPES, 2021). O percentual de estudantes da UFFS contemplados com bolsas da CAPES é menor que a média nacional. De acordo com os dados disponíveis no Geocapes, cerca de 19,9% dos estudantes matriculados em PG no país recebiam, em 2019, bolsas da CAPES (CAPES, 2021). Em 2020, cada curso de pós-graduação da UFFS – excluídos os mestrados profissionais (institucional e em rede nacional) – recebia cerca de 3,4 bolsas/ano. A maior parte dos estudantes tem realizado os seus cursos sem bolsa.

 

Referências bibliográficas

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BALSANELLO, Geomara. Autoavaliação: o que dizem os egressos da pós-graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul? 2021. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, 2021.

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COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Decreto nº 73.411, de 4 de janeiro de 1974. Institui o Conselho Nacional de Pós-Graduação e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1974.

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Recebido em 12/10/2022.

Aceito em 24/11/2022.



[1] Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Pós-Doutor pelo Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden (Países Baixos) e pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal). Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Fronteira Sul – Chapecó – SC. Brasil. E-mail: joviles.trevisol@uffs.edu.br | https://orcid.org/0000-0001-9873-2688

[2] Mestre em Educação pela Universidade Federal da Fronteira Sul. Servidora pública federal junto à Universidade Federal da Fronteira Sul – Chapecó/SC. Brasil. E-mail: mara.balsanello@hotmail.com | https://orcid.org/0000-0001-6255-4349

 

[3] Optou-se, nesse gráfico, em apresentar o crescimento dos cursos de PG a partir de 1995, tendo em vista a não localização das informações dos anos anteriores em intervalos regulares de tempo.

[4] O primeiro curso de doutorado profissional foi implantado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no Rio de Janeiro em 2018. Em 2019, havia cursos de doutorado profissional nas regiões Sudeste (10), Sul (7), Nordeste (4) e Norte (4).

[5] Optou-se, nesse gráfico, em apresentar o crescimento dos cursos de PG a partir de 1995, tendo em vista a não localização das informações dos anos anteriores em intervalos regulares de tempo.

[6] Refere-se às matrículas ativas em cada ano.

[7] Refere-se aos titulados, ou seja, àqueles que tenham concluído o curso de pós-graduação stricto sensu (CAPES, 2018).

[8] A taxa foi calculada com base no total de matrículas realizadas em cada ano e o quantitativo de evasão desse mesmo ano.